Secom apaga postagens da campanha "O Brasil não pode parar" e diz que ela não existe

Publicações estavam visíveis até ontem à noite no Twitter e Instagram; Neste sábado, a Justiça do Rio de Janeiro proibiu veiculação das peças

15:49 | Mar. 28, 2020

Decisão obrigou o Governo a divulgar nos canais de comunicação física e digitais uma nota que reconhece que a campanha não é embasada em informações científicas (foto: Reprodução/Instagram)

A Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da República (Secom) apagou uma série de publicações nas redes sociais que defendiam o fim do isolamento social implementado em vários estados do País no combate à pandemia pelo novo coronavírus. Com o slogan “O Brasil não pode parar”, a campanha foi lançada um dia após pronunciamento feito pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em cadeia nacional. Neste sábado, 28, a Justiça do Rio de Janeiro determinou a suspensão da campanha que defende o retorno dos brasileiros ao trabalho.

Em nota divulgada, também neste sábado, a Secom negou a existência de "qualquer campanha publicitária ou peça oficial" do órgão com o título citado anteriormente. Entretanto, até a noite da última sexta-feira, 27, as peças publicadas estavam visíveis nos perfis do Twitter e Instagram do órgão.

Uma das postagens dizia: "No mundo todo são raros os casos de vítimas fatais do coronavírus entre jovens e adultos. A quase-totalidade dos óbitos se deu com idosos. Portanto, é preciso proteger estas pessoas e todos os integrantes dos grupos de risco com todo cuidado, carinho e respeito. Para estes, o isolamento. Para estes, o isolamento. Para todos os demais, distanciamento, atenção redobrada e muita responsabilidade. Vamos, com cuidado e consciência, voltar à normalidade".

Além disso, um vídeo que continha a marca do Governo Federal circulou no Whatsapp e foi compartilhado nas redes sociais pelo senador Flávio Bolsonaro. Na sexta-feira, a Secom chegou a admitir a existência do vídeo, mas alegou que se tratava de um projeto experimental que não tinha recebido aval do governo.