Wagner diz que Governo distorce dados, mas lideranças não apoiam paralisação

"Se o Governo não tomar atitude no sentido de abrir estes dados, permitir que sejam apresentadas sugestões, vai acontecer algum movimento sem que lideranças puxem"

17:30 | Fev. 10, 2020

CAPITÃO Wagner conseguiu adesão do PSC ao seu projeto rumo ao Paço (foto: MAURI MELO/O POVO)

O deputado federal Capitão Wagner (Pros), presente na primeira rodada de negociações para construção de nova proposta salarial para policias militares e bombeiros, afirmou nesta segunda-feira, 10, que o Governo do Ceará apresentou dados distorcidos e que, até agora, não abriu os números para que entidades representativas construam contraproposta a ser apresentada no processo de discussão. O ponto foi questionado por ele e pelo deputado estadual Soldado Noelio (Pros) durante a reunião. Pelo Abolição, estão presentes Élcio Batista, chefe da Casa Civil, e Mauro Filho, titular da Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplag-CE).

Em comparação com a greve da categoria ocorrida em 2011 e 2012, o policial da reserva afirmou que, hoje, a insatisfação no "seio da tropa" é mais visível e as lideranças - como ele - não simpatizam com a ideia. "Se o Governo não tomar atitude no sentido de abrir estes dados, permitir que sejam apresentadas sugestões, vai acontecer algum movimento sem que lideranças puxem", frisou o pré-candidato a prefeito de Fortaleza, adicionando que ele e Noelio empreendem esforços no sentido de controlar o ânimo dos agentes.

Durante o protesto ocorrido na última quinta-feira, 6, nos arredores da Assembleia Legislativa do Ceará (AL-CE), manifestantes gritaram por paralisação mesmo após anúncio de Noelio e Sargento Reginauro (sem partido) sobre os compromissos firmados pelo governador Camilo Santana (PT), dentre eles a diminuição do número de parcelas, com garantia de que a primeira parcela, em março, tenha impacto positivo no salário, e a não punição a quem se manifestou criticamente aos novos salários anunciados. 

Outro comprometimento do chefe do Executivo, também sublinhado por Wagner nesta segunda, é o de incorporação das gratificações ao salário, como forma de evitar tantas variações mensais e enrobustecer os vencimentos destes agentes.

Confira roteiro das reuniões:

14h - Reunião com entidades representativas dos Policiais Militares e do Corpo de Bombeiros.

15h30 - Reunião com entidades representativas da Polícia Civil (inspetores e escrivães)

16h - Reunião com entidades representativas dos Delegados da Polícia Civil.

16h30 - Reunião com entidades representativas dos peritos forenses (Pefoce)

Com informações do repórter Henrique Araújo