Weintraub compartilha tuíte que chama Bolsonaro de traidor

O ministro da Educação deu retuíte em post do youtuber Nando Moura, que fazia crítica a um dos trechos do pacote anticrime sancionado por Bolsonaro

09:04 | Dez. 26, 2019

Presidente Jair Bolsonaro e o ministro da educação, Abraham Weintraub (foto: Arquivo)

O ministro da Educação, Abraham Weintraub, compartilhou uma postagem no Twitter de um youtuber conservador que fazia crítica ao presidente Bolsonaro e o chamava de traidor por não ter vetado a criação do "juiz de garantias" ao sancionar o pacote anticrime. Ele confirmou o republicação, mas disse ter sido um "erro".

No post que deu início ao caso, Nando Moura disse que a aprovação de Bolsonaro traiu não só o ministro da Justiça Sérgio Moro, que queria o veto da pauta, mas também "todo o povo brasileiro". 

Bolsonaro ao sancionar a emenda do FREIXO traiu não só o ministro Sérgio Moro mas TODO o povo brasileiro.

Não existe mais nenhuma justiça neste país.

— Nando Moura_Oficial (@moura_101) December 25, 2019

Weintraub republicou a mensagem, mas apagou um tempo depois, alegando ter dado RT (nome dado ao ato de compartilhar algo no Twitter) "sem querer". 

Estou em viagem, em um navio, com internet intermitente. Fico horas sem internet. Dei RT sem querer em um post. Evidentemente que foi um erro.

— Abraham Weintraub (@AbrahamWeint) December 25, 2019

O irmão do ministro da Educação, Arthur Weintraub, que é assessor especial de Jair Bolsonaro, defendeu Abraham na rede social. Ele disse que o irmão é "o tiozão de internet", acrescentado que o ministro iria gravar um vídeo explicando o erro. 

Meu irmão é tiozão de internet. Ele às vezes fica folhando posts e dá like e RT sem querer. Eu pergunto "vc viu q vc curtiu tal coisa?". Ele "eu apenas li". Some-se a isso o fato de que ele está num navio, com internet intermitente. Meu irmão vai gravar vídeo explicando o erro.

— Arthur Weintraub (@ArthurWeint) December 25, 2019

Na quarta-feira, 25, o presidente sancionou com 25 vetos o projeto de lei do pacote anticrime apresentado por Sérgio Moro, atual ministro da Justiça e Segurança Pública.

Ao receber o projeto de lei, Bolsonaro decidiu não vetar o trecho que prevê que um magistrado seja destacado para atuar apenas na fase de investigação, sendo afastado após a denúncia ser aceita pela Justiça.

Moro se manifestou contrário a proposta. O objetivo da medida é impedir acusações de imparcialidade contra os juízes. Mas para Moro, além de ser impossível de colocar em prática, a medida pode atrasar o trâmite dos processos.