Ao receber título de cidadão cearense na AL, Stédile tece críticas a Bolsonaro

Em entrevista ao O POVO, Stédile se disse orgulhoso com a homenagem, afirmando que foi um privilégio estar presente na primeira ocupação do MST no Ceará, há 30 anos

18:43 | Set. 24, 2019

João Pedro Stédile é um dos fundadores do MST. (foto: (Foto:Divulgação))

A cerimônia de entrega do título de cidadão cearense ao economista e líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), João Pedro Stédile, aconteceu na tarde desta terça-feira, 24, na Assembleia Legislativa do Ceará (AL-CE). A sessão solene recebeu a presença de diversas lideranças de esquerda, entre elas, Elmano de Freitas (PT), autor da proposta do título.

Em entrevista ao O POVO, Stédile se disse orgulhoso com a homenagem, afirmando que foi um privilégio estar presente na primeira ocupação do MST no Ceará, há 30 anos. "Desde então, aprendi a gostar do povo do Ceará. Me impressionou muito como o povo sertanejo aqui era tão trabalhador. Como dizemos no Sul, é um povo que por mais que conviva com a seca, é um sábio. Que sabe produzir em condições muito mais adversas que nós lá do Sul. Eu aprendi a admirar esse valor do trabalho, da sabedoria que o camponês sertanejo tem aqui no Ceará", afirmou o economista.

Stédile foi duro nas críticas ao atual governo e sua ideologia, reprovando o discurso de ódio que "libera a violência como pratica do Estado". "Nós temos assistido, infelizmente, aumentar a violência sobretudo nas periferias das grandes cidades. Nunca antes tinha se matado tantos pobres quanto agora. E, inclusive, nunca antes tinham morrido tantos policiais, que também são vítimas dessa política insana que o governo Bolsonaro enseja com a sua propaganda".

Elmano de Freitas também comentou a alegria que sentia no momento, dada a possibilidade de homenagear não só o líder do movimento, mas o MST em seus 35 anos no Brasil. "O companheiro João Pedro é uma pessoa muito importante em tudo que se conseguiu. Mais de 10 mil famílias assentadas no estado do Ceará, famílias essas que saíram da extrema pobreza, algumas da miséria para hoje ter seus filhos estudando em boas escolas, ter uma vida digna".

Com informações do repórter Carlos Holanda