PF irá investigar autores de curta de ficcão que retrata "sequestro" de filha de Moro
O pedido foi feito pelo Ministério da Justiça, a pedido de Moro, que alegou que os responsáveis pela trama cometeram crimes como ameaça e apologia ao crime
19:10 | Set. 05, 2019
A Polícia Federal abriu um inquérito para investigar os autores de um curta-metragem de ficcão que conta a história de um casal que sequestra a filha do ministro Sergio Moro em troca da liberdade do ex-presidente Lula. O pedido foi feito pelo Ministério da Justiça, a pedido do ex-juiz, que alegou que os responsáveis pela trama cometeram crimes como ameaça e apologia ao crime.
Disponível no YouTube, "Operação Lula Livre" mostra a filha do "ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Mauro" sendo raptada por um casal que pede como pagamento de resgate a liberdade do ex-presidente "Luiz Jararaca da Silva". Em algumas cenas, é possível ver uma caricatura do político junto a uma bandeira vermelha. Os sequestradores também gritam o bordão "Lula Livre", muito utilizado por seguidores do ex-presidente durante protestos para pedir sua libertação.
Na descrição do vídeo, os responsáveis descrevem a trama como uma "apologia ao pacifismo, à civilização e à democracia". "O filme critica, ridiculariza e repudia a luta armada, se alguém não conseguiu entender o óbvio".
À revista Veja, o roteirista de "Operação Lula Livre", Alexandre Barata Lydia, se disse "apavorado" com a repercussão do curta e afirmou que o processo seria uma forma de censura por parte do governo. Além disso, ele também não descartou a possibilidade de ser preso. "Eu não esperava essa reação. Não duvido que o Moro pode me prender. Se ele fez isso com o Lula, que, na minha opinião, não cometeu crime nenhum, o que ele pode fazer com um zé ninguém como eu? Só porque ele ficou com raivinha por achar que estava sendo ameaçado", disse.
Como medida de segurança, Lydia deletou o filme do YouTube e pretende excluir das redes sociais os perfis de sua produtora, a Cactos Intactos.