Tabata Amaral pagou R$ 23 mil a namorado com fundo eleitoral, diz revista

Os três primeiros funcionários com maiores salários trabalham com a deputada em Brasília e o trabalho deles seria facilmente verificável. Os serviços de Martinéz, não

21:05 | Jul. 20, 2019

A DEPUTADA esteve na última semana em Fortaleza e Sobral participando de eventos sobre educação (foto: Tatiana Fortes)

A deputada federal Tabata Amaral (PDT-SP) pagou ao namorado colombiano Daniel Alejandro Martínez R$ 23 mil durante campanha eleitoral no ano passado. O contrato oficializado na Justiça eleitoral dizia que ele deveria atuar prestando "serviço de análises estratégicas para a campanha eleitoral", segundo a Veja.

O documento informa endereço no qual o trabalho deveria ocorrer, na Avenida Agami, 40. Tabata não usou o local como comitê de campanha. Lá funciona um coworking, compartilhado por empresas. O expediente de Martinéz iria das 9 hora às 18 horas, em São Paulo.

O colombiano foi a quarta pessoa física a melhor receber durante a campanha da ainda pedetista. A reportagem da publicação paulista solicitou relatórios que apresentassem os resultados dos trabalhos desempenhados pelo namorado.

Ainda conforme a Veja, os três primeiros funcionários com maiores salários trabalham com a deputada em Brasília e o trabalho deles seria facilmente verificável. Os serviços de Martinéz, não.

Os dois se conheceram na universidade de Harvard, nos Estados Unidos. Ele é formado em estudos sociais e hoje, em Brasília, passa tempo com comunidades financeiramente desfavorecidas, conforme indica o perfil dele.

Ainda não é possível atestar que a parlamentar cometeu irregularidades. Isso porque conduta criminosa reside no pagamento de serviços não prestados. Assim, ela ainda pode contestar a matéria da revista apresentando essas informações. A contratação de parentes ou pessoas próximas, em si, não é proibida. 

Procurada, ela alegou em nota que a campanha cumpriu todas as leis eleitorais na contratação de serviços e pessoas.

A parlamentar foi protagonista de um grupo de oito deputados do PDT que votaram em favor da reforma da Previdência, que avançou na Câmara dos Deputados no primeiro turno. O partido, liderado por Carlos Lupi e Ciro Gomes, pretende expulsar o dissidentes  da legenda. O  grupo foi suspenso após decisão interna.