Senadores do PT acertam fazer 'treinamento' com Dilma antes de julgamento
18:30 | Ago. 18, 2016
A intenção dos aliados de Dilma é preparar na próxima semana um roteiro de perguntas para que a presidente afastada responda, simulando situações do julgamento. Reuniram-se com ela no Palácio do Alvorada o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), e os senadores petistas Paulo Rocha (PA) e José Pimentel (CE).
O trio também conversou com a presidente afastada sobre o formato da sessão de julgamento, que será presidida pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski.
Humberto Costa disse, em entrevista no Senado, que a presidente está preparada para vir ao Senado a fim de responder a todas as perguntas sobre o processo a que responde por crime de responsabilidade. Para o líder petista, a presença da imprensa nacional e internacional poderá chamar a atenção para o julgamento e, dependendo de como ela transmitir a mensagem dela, influenciar até em alguns votos dos senadores.
Costa disse que a participação de Dilma "vai ser um ponto definitivo da narrativa desse processo". "Ela vai ter amplas condições de dizer, em viva-voz, que não cometeu nenhuma irregularidade nesse processo, que é injusto", avaliou.
Segundo o líder do PT, a presidente disse que não está preocupada com a possibilidade de que senadores da base aliada do presidente em exercício, Michel Temer, venham a agredi-la verbalmente. "Isso não é um problema meu", disse Dilma hoje pela manhã, segundo Humberto Costa.
Para o líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PB), a presença de Dilma na sessão de julgamento convalida todo o processo. "Ela jogará por terra todo o discurso de que o processo é um golpe. Não existe golpe com a presença do golpeado", disse.
O tucano afirmou que a presença da presidente afastada vai ampliar o placar em desfavor de Dilma. Cássio disse que é a Dilma que tem que se constranger com a situação, diante do que ele considera como "graves crimes" que ela cometeu. O líder do PSDB disse esperar que não haja agressões e que trabalhará para garantir um julgamento "civilizado e respeitoso".