Miguel Torres confirma que foi sondado pelo governo para integrar o Conselhão
16:55 | Jan. 13, 2016
Torres relata ter sido procurado pela equipe do ministro Jaques Wagner em dezembro. Ele diz que não conseguiu falar com o ministro diretamente, mas que respondeu à equipe da Casa Civil que estaria "à disposição para tentar achar saídas para o Brasil". "Ficou claro na conversa que não era um pedido de apoio ao governo, mas de colaboração", disse Torres.
No entanto, Torres foi chamado enquanto exercia o cargo de presidente interino da Força Sindical. Na terça-feira, 12, o presidente efetivo da central, deputado Paulinho da Força (SD-SP), reassumiu o posto - em um movimento que surpreendeu a direção da entidade. Ao contrário de Torres, que tem uma postura contra o impeachment, Paulinho é aliado do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e uma das vozes mais ativas pela derrubada de Dilma no Congresso Nacional.
"Não sei se me convidaram como presidente da Força, mas se me convidaram como sindicalista, continuo à disposição", afirmou Torres.
Contatado pela reportagem, Paulinho disse que sabia do convite a Miguel Torres, mas que, se o convite for estendido a ele, não aceitaria. "Eu não daria conselhos para Dilma porque ela não ouve, seria uma enganação. Mas o governo pode convidar quem quiser e o Miguel pode participar se achar que pode dar algum conselho para o governo", afirmou. Paulinho chegou a participar do "Conselhão" no governo Lula, mas disse não ter visto resultados da iniciativa na época e não ver possibilidade de gerar efeitos no cenário atual.