Relatório aponta propina paga por quatro empresas
No caso da Gerdau, a PF identificou um possível pagamento irregular de R$ 50 milhões para interferir no julgamento de um recurso contra uma multa de R$ 4 bilhões. Bolachão recebeu de seu sócio num escritório de advocacia, João Batista Gruginski, o texto pronto do voto que deveria proferir para, supostamente, beneficiar a empresa.
No mesmo relatório, a PF afirmou que "outro cliente do grupo seria a MMC Automotores do Brasil", em referência à detentora da marca Mitsubishi. Nesse caso, a empresa teria pago propina de R$ 3,6 milhões. Os repasses teriam sido feitos em 18 transações, de novembro de 2012 a dezembro de 2013, para a consultoria Marcondes e Mautoni Empreendimentos e Diplomacia Corporativa, outra cooptadora de interessados nas fraudes, segundo a PF.
Outra troca de e-mails envolvendo José Ricardo mostra, segundo os policiais, que "a Eleva Alimentos S/A foi mais um cliente identificado com processos dentro do Carf". A empresa, afirma o relatório, transferiu para a SGR Consultoria, outra das captadoras de clientes para o esquema, R$ 292,2 mil. Em um e-mail enviado ao conselheiro, é feita referência a processos da BRF/Eleva, em referência à gigante do ramo de alimentos BRF, controladora da Perdigão, empresa que comprou a Eleva em 2007. "Quanto aos cálculos dos processos da BRF/Eleva, não esqueça de enviar junto com a ata ou certidão de julgamento para encaminhar o pedido", diz a mensagem. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.