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Youssef pede investigação contra seu ex-laranja

14:50 | 04/02/2015
Os advogados de defesa do doleiro Alberto Youssef, personagem central da Operação Lava Jato, levaram à Justiça Federal um pedido para que se investigue 'pessoas ocultas' que estariam por trás de declarações recentes do doleiro Leonardo Meirelles. Ele atuava como laranja de Youssef e afirmou há três dias ao jornal Folha de S.Paulo que Youssef estava ocultando patrimônio.

No fim de outubro do ano passado, Youssef concordou, como parte da delação premiada que fez, devolver uma fortuna de R$ 55 milhões aos cofres públicos, valor que representa apenas uma parte do total por ele movimentado no esquema de corrupção na Petrobras.

"Requer-se seja expedido ofício à Polícia Federal e ao Ministério Público Federal a fim de se investigar se existem (e quem são) pessoas ocultas ou mesmo mentores intelectuais, possíveis mandantes, da urdidura engendrada por Meirelles na imprensa, a fim de desestabilizar o acordo e tumultuar o curso da instrução criminal", disse a defesa.

O pedido é subscrito pelos criminalistas Antonio Augusto Figueiredo Basto, Luis Gustavo Rodrigues Flores, Rodolfo Herold Martins e Adriano Sérgio Nunes Bretas. Segundo eles, Meirelles "age como príncipe dinamarquês entre o 'ser e o não ser'". Eles se referem ao fato de o laranja ser réu em algumas ações penais da Lava Jato e testemunha em outras. Nos processos relacionados às empreiteiras, Meirelles não foi denunciado.

Na terça-feira, 3, ele testemunhou em ação relacionada à Engevix, em audiência conturbada. Na metade do depoimento de Meirelles, o advogado de Youssef, Antônio Figueiredo Basto, perguntou como era feita a remessa de dinheiro para o exterior. A defesa de Meirelles interrompeu, deixando Basto irado.

"Sua intenção é tumultuar a investigação, criar factóides e explorar o clamor popular para desacreditar a investigação. Quem é o dono de Meirelles? A quem ele serve? Se tem realmente as provas da omissão de patrimônio que as mostre, se tem provas de má-fé de Alberto Youssef que entregue ao MPF. Mas seu próprio advogado já disse: "Não tem provas referentes à acusação"", afirmam os advogados.

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