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Oposição ameaça interpelar Pimentel por eventual atraso de salários em MG

16:50 | 06/01/2015
Parlamentares que integraram a base do governo mineiro por 12 anos iniciaram nesta terça-feira, 6, na prática, a atuação como oposição ao Executivo comandado por Fernando Pimentel (PT). Deputados estaduais do PSDB, DEM, PP e PSD tentaram impedir a instalação da seção em que foram recebidos os projetos para alteração da estrutura administrativa do Estado e afirmaram que já preparam uma interpelação judicial contra o petista caso os salários do funcionalismo público não seja pago até o quinto dia útil.

Após a primeira reunião do novo secretariado, o governo divulgou nota na qual afirma que as secretarias de Fazenda e Planejamento e Gestão estão "realizando todos os esforços" para que os depósitos sejam feitos "na data prevista". Nesta terça, novamente por meio de nota, o Executivo declarou considerar "prioridade o pagamento dos servidores" e confirmou para esta quinta-feira, 8, o pagamento do funcionalismo.

Pouco antes, em entrevista coletiva, aliados dos governos anteriores, comandados pelo PSDB, distribuíram documento com valores de sete contas e aplicações que totalizam R$ 2,23 bilhões disponíveis para a nova gestão, soma suficiente para quitar os salários de dezembro. "O governo fica aterrorizando o servidor. O pagamento ocorreu sistematicamente no quinto dia útil desde 2003", disse o deputado estadual tucano Luiz Humberto Carneiro, referindo-se à data em que o atual senador Aécio Neves (PSDB-MG) assumiu seu primeiro mandato no Executivo mineiro. "Vamos interpelar judicialmente o governador porque não dá para o PT querer jogar lama num governo digno", acrescentou o deputado estadual João Leite, também tucano.

Reforma

Os integrantes da nova oposição também adiantaram que vão tentar impedir a aprovação dos projetos do governo que promovem uma reforma administrativa no Estado, com a criação de quatro novas secretarias e outras alterações na estrutura do Executivo. E não descartam a possibilidade de obstruir a pauta da Assembleia Legislativa. "Vamos travar a pauta. O regimento nos dá instrumentos para travar", salientou o deputado Gustavo Valadares (PSDB).

Hoje, porém, o grupo já sofreu uma derrota. Valadares contou que ligou para "vários deputados" pedindo que não fossem ao plenário para impedir a instalação da sessão, mas a base do governo conseguiu o quórum necessário para a abertura dos trabalhos. Com isso, foram lidas as cinco mensagens enviadas do governador ao Legislativo, dando início ao prazo mínimo de 45 dias para análise dos projetos em regime de urgência.

Os textos preveem a criação das secretarias de Direitos Humanos e Cidadania, de Recursos Humanos, de Desenvolvimento Agrário e o desmembramento da atual Secretaria de Esporte e Turismo em duas pastas, uma para cada setor. Os textos ainda extinguem a Ouvidoria-Geral do Estado e criam órgão semelhante subordinado à Secretaria de Direitos Humanos e transforma o Escritório de Prioridades Estratégicas em Escritório de Projetos, além de outras alterações. "Vamos obstruir a reforma. O PT não sabe governar o Estado. Vai governar para os amigos. Está criando secretarias para alojar os companheiros", disparou o deputado Gustavo Corrêa.

Um dos principais críticos das gestões anteriores, o deputado Rogério Correia rebateu os ataques, declarou que "o choro é livre" e mostrou confiança na aprovação da reforma. E incentivou os adversários a procurarem o Ministério Público por causa da situação financeira do Estado. O petista afirma que há menos recursos em caixa do que o alegado, além de uma dívida em torno de R$ 100 bilhões. "Aproveitem e perguntem sobre os recursos para a Rádio Arco Íris e o aeroporto de Cláudio", salientou, referindo-se à emissora da família de Aécio, que recebeu verbas do Executivo, e à obra feita com dinheiro do Estado no aeroporto em terreno desapropriado de um parente do senador quando o tucano era governador.

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