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Mendonça Filho: PT morreu em relação a seus ideários

13:50 | 11/01/2015
O líder do Partido Democratas, Mendonça Filho, considerou que a entrevista concedida por Marta Suplicy ao jornal O Estado de S. Paulo é um fato político de muita relevância. Segundo ele, o partido, em relação à imagem vendida nestes últimos praticamente 35 anos, morreu. "Não é que esse PT está para morrer, ele já morreu", sentenciou, em relação aos ideários pregados pela sigla.

Por isso, de acordo com o parlamentar, essa avaliação pública de Marta é um fato político de grande importância no meio. "Ela está enxergando que o PT se desmanchou em termos de imagem pública", disse. "É o primeiro atestado de reconhecimento de alguém que, verdadeiramente, tem história no partido e com grande protagonismo, pois foi uma das referencias mais expressivas do partido", continuou.

De acordo com a entrevista concedida à colunista Eliane Cantanhêde, a ex-ministra avaliou que ou o PT muda ou corre o risco de acabar. "Cada vez que abro um jornal, mais fico estarrecida com os desmandos. É esse o partido que ajudei a criar?", questionou a articuladora assumida do "Volta, Lula" em 2014.

Para Mendonça Filho, no entanto, em política, nunca se pode falar em um fim definitivo. "Não dá para ser tão fatalista, pois todos têm capacidade de renascimento", observou. Ele disse, no entanto, que essa capacidade, no caso do PT, está mais difícil porque o partido está contaminado pelo pragmatismo excessivo. "O PT está contaminado pelo 'vale tudo para estar no poder'", considerou.

O parlamentar disse que as palavras de Marta mostram o que uma parcela significativa da população brasileira já percebeu em relação ao partido: a de que o PT se desmanchou. "Quando o PT assumiu o poder, desmoralizou suas grandes teses e compromissos. Era um partido que vendia a tese de que era o mais ético do Brasil, que era implacável contra a corrupção, que de fato tocava políticas sociais consistentes, que não deixava o Estado ser tomado por interesses privados escusos e corruptos", enumerou.

O líder acrescentou ainda que o PT pregava ser um partido longe do fisiologismo e que tinha uma relação política republicana com seus aliados e representantes. "Hoje, loteia o governo. Obedece mais à regras dos interesses dos aliados e não prima pela competência", afirmou.

Mendonça Filho disse ainda, motivado pela entrevista ao jornal do Estado de S.Paulo, que parece que, para o PT, vale pregar uma coisa na eleição e fazer outra quando se está no governo. Como exemplo, ele citou a garantia da presidente Dilma Rousseff durante a campanha de que não mexeria nos direitos trabalhistas. O parlamentar lembrou que nos primeiros dias do segundo mandato já foram anunciadas mudanças nas regras de pagamentos de benefícios do INSS a aposentados e pensionistas, assim como houve um endurecimento nas regras para acessar o seguro-desemprego.

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