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Em dificuldades financeiras, Pezão diz que vai 'cortar na própria carne'

16:10 | 01/01/2015
Com dificuldades financeiras até para pagar a ceia de Natal de policiais e bombeiros, o governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) afirmou que vai "cortar na própria carne" e anunciou que pretende reduzir de 20% a 25% o orçamento das secretarias com a revisão de contratos em vigor. Saúde, Educação e Segurança sofrerão "menos" cortes, disse ele após a posse.

Nas duas solenidades de posse, a oficial na Assembleia Legislativa e a "comemorativa" no Palácio Guanabara, sede do governo, Pezão não poupou elogios e agradecimentos ao padrinho político Sérgio Cabral (PMDB), de quem foi vice por dois mandatos e a quem chamou de "o melhor governador da história do Rio". Sumido desde que deixou o governo em abril com baixos índices de aprovação, Cabral participou das cerimônias.

Na Assembleia, ao prometer ser o "segundo prefeito" de cada cidade fluminense, Pezão acabou por indiretamente lembrar uma das principais críticas a Cabral: o excesso de viagens. "Vocês vão ter um governador presente", prometeu.

Pezão anunciou também o corte em até 35% das "gratificações especiais" aos servidores. "Todo secretário terá de reavaliar contratos de aluguéis de carros, telefone. Quero trabalhar com o que vamos arrecadar. Não vou deixar dívida", disse. Em novembro, a dívida pública do Estado chegou a R$ 88,8 bilhões, maior valor da série histórica iniciada em 1999.

Segundo ele, a arrecadação com o ICMS em 2014, prevista para chegar aos R$ 34 bilhões, foi R$ 2 bilhões menor. A redução prevista para 2015 no repasse de royalties do petróleo, disse o governador, será de R$ 2,2 bilhões devido à queda no preço do barril. Ainda assim, afirmou que não aumentará impostos e que fará uma "tributação mais inteligente". "Agora me deem licença porque vou pegar o meu `São Pidão' e levar para a posse da presidente Dilma (Rousseff, do PT)", disse Pezão.

O governador também anunciou que, para obter mais recursos, quer negociar com os devedores do Estado. "Vou lutar muito pela minha receita. O Estado tem uma dívida ativa hoje que beira os R$ 64 bilhões. Isso não é normal. Estou chamando os maiores devedores e conversando para entender por que vão para o litígio e não recolhem impostos", disse. Perguntado sobre qual a parte da Petrobrás na dívida, só afirmou ser um "valor significativo", sem detalhar.

O peemedebista defendeu o reajuste no valor das passagens de trens, metrô e barcas: "Não dá para ficar fazendo graça e quebrar quem está operando o sistema. Tenho contratos para cumprir."

Pezão disse que vai a Brasília na semana que vem com os governadores de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), e do Espírito Santo, Paulo Hartung (PMDB), e os respectivos secretários de Segurança, para discutir com os ministérios da Justiça e Defesa "grandes operações" nas divisas dos quatro Estados. "Segurança continua sendo nossa prioridade."

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