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Coordenador da corrente de Marta no PT diz que 'ninguém é imprescindível'

13:50 | 27/01/2015
O dirigente nacional do PT Francisco Rocha, o Rochinha, coordenador da corrente petista Construindo um Novo Brasil (CNB), integrada por nomes como o ex-presidente Lula e a senadora Marta Suplicy, disse em entrevista que os petistas precisam "parar com o chororô e não cuspirem no prato em que comeram". E frisou: "Isso vale para a Marta e para outros correligionários porque as divergências e mágoas internas não podem ser expostas através da grande mídia. É hora de corrigir os erros e seguir em frente."

Indagado se as novas críticas de Marta ao PT e à presidente Dilma Rousseff, publicadas nesta terça-feira em um artigo, poderiam implodir as pontes que alguns dirigentes estão construindo para tentar manter a senadora nos quadros da legenda, Rochinha respondeu: "Marta Suplicy é um quadro importante, não há dúvida, ela já foi deputada, prefeita de São Paulo, ministra e voltou ao Senado. Mas ninguém é imprescindível."

O dirigente petista disse que a senadora é sua amiga pessoal e que pretende voltar a conversar com ela quando retornar de suas férias, no dia 30 deste mês. "Aposto no caminho da conversação." E ponderou: "Se formos analisar bem, o estilo de Marta (dizer as coisas) não é muito diferente do estilo de Dilma (presidente Dilma Rousseff)."

Apesar da forte amizade que os une e de Marta fazer parte da corrente que coordena, a CNB, Rochinha contesta a crítica que a senadora fez na entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, de que o PT poderia acabar se não mudar. "Acho que estão procurando chifre em cabeça de cavalo, o PT não vai acabar".

Francisco Rocha disse que a CNB realizou recentemente um grande seminário, com participação de 170 pessoas de 25 Estados do País, onde ficou evidente a união e o compromisso de fortalecer a legenda. "O PT é um partido eclético, com uma gama de pensamentos a favor ou contra, a CNB é um transatlântico com entra e sai, mas o importante é que não deixamos de seguir em frente."

Apesar da ponderação do coordenador da CNB, que pretende continuar as conversas com a senadora Marta Suplicy, a despeito de sua mais recente crítica ao PT e à presidente, outros dirigentes petistas acreditam que a situação dela no partido está ficando cada vez mais insustentável. A expectativa era de que, após a entrevista recheada de críticas que ela deu ao Estadão, ela buscasse o caminho do entendimento. O que acabou não ocorrendo, com o artigo que ela publicou no jornal Folha de S.Paulo.

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