Abraji homenageia cinegrafista morto em protesto no Rio
08:05 | Jul. 25, 2014
Atingido na cabeça por um rojão quando gravava imagens de protestos no Rio de Janeiro, Andrade morreu em fevereiro passado. Ele trabalhava para a TV Bandeirantes. O rojão foi disparado por um manifestante durante um tumulto com a Polícia Militar.
No evento de hoje foi exibido um vídeo em que colegas de Santi, como era chamado, o descreveram como um profissional dedicado e entusiasmado pelo trabalho diário com a notícia.
Vanessa Andrade, filha do cinegrafista, cobrou a punição dos responsáveis. Defendeu a liberdade para protestar, mas "sem bombas e sem destruição".
O presidente da Abraji, José Roberto de Toledo, lembrou que a entidade contabilizou quase 200 incidentes violentos ou prisões envolvendo jornalistas desde a onda de protestos de junho de 2013. Policiais militares foram autores da maioria das agressões.
Elio Gaspari, colunista dos jornais Folha de S.Paulo e O Globo, foi homenageado pela contribuição ao jornalismo brasileiro. Um minidocumentário sobre sua carreira, com depoimentos de amigos e colegas, foi exibido. No documentário, o historiador Kenneth Maxwell atribuiu a uma conversa com Gaspari, nos anos 1960, a ideia de ir a Minas Gerais em busca de documentos sobre Tomás António Gonzaga e outros inconfidentes - pesquisa que resultou na publicação do clássico A Devassa da Devassa - A Inconfidência Mineira: Brasil e Portugal, 1750 - 1808.
Gaspari subiu ao palco do evento e ao discursar lembrou de episódios do início da carreira e da época em que foi preso político, durante a ditadura militar.
A ONG Contas Abertas recebeu de Marcelo Beraba, diretor da sucursal do Rio de Janeiro do Estado, o 1º Prêmio Abraji de Contribuição ao Jornalismo. Há quase dez anos a entidade se dedica a fiscalizar e decifrar os gastos orçamentários do governo federal.