Confira argumentos contra a construção dos viadutos no Cocó
Quando o assunto é a obra dos viadutos das avenidas Engenheiro Santana Júnior e Antônio Sales, no Parque do Cocó, muitas pessoas se dividem quanto à opinião. Um grupo defende a construção dos viadutos, já outra parte, não é a favor da obra. No Facebook, o movimento #OcupeCocó se mobilizou. Manifestantes foram às ruas e acamparam no Cocó, com o objetivo de impedir a derrubada das árvores. Estes acreditam que existem outras alternativas para melhorar a mobilidade urbana.
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O Grupo dos Direitos Urbanos de Fortaleza, o Centro Acadêmico de Arquitetura e Urbanismo da UFC (Cacau), o Escritório Modelo de Arquitetura e Urbanismo da UFC (Canto), o Grupo Massa Crítica e a Associação dos Ciclistas Urbanos de Fortaleza (Ciclovida) são contra a obra dos viadutos no Parque do Cocó e os projetos de mobilidade urbana, propostos pela Prefeitura de Fortaleza e o Governo. Eles se manifestaram em carta aberta, na qual argumentam que as soluções apresentadas para os problemas relacionados à mobilidade urbana, pelos governos municipal e estadual, se baseiam em um modelo estadunidense do século XIX, que atualmente já é considerado obsoleto. Além disto, justificam que em muitas cidades que adotaram este modelo, construindo viadutos, túneis, ponte estaiada e alargamento de vias para a cidade, no futuro é tudo desmantelado e substituído por espaços públicos e modais coletivos públicos.
Ainda de acordo com os grupos, a falta de participação popular e embasamento técnico nas gestões municipal e estadual estão resultando na aplicação de recursos públicos em obras que são inadequadas do ponto de vista ético, social ambiental e paisagístico.
A vereadora Toinha Rocha (Psol) também é contra a construção dos viadutos no Cocó, ela argumenta ilegalidade na obra. Toinha diz que aquela área é uma Zona de Proteção Ambiental (ZPA) e seu índice de aproveitamento é zero. A solução proposta pela Prefeitura de Fortaleza para melhorar a mobilidade urbana é criticada pela vereadora. "Tem que existir uma solução pela lei. A zona é protegida pela lei. O prefeito tem que cumprir a lei". Ela ressalta ainda que a obra não resolve o problema, "a construção de viadutos não resolveu em nenhum lugar do mundo".
O estudante de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Ceará (UFC), Victor Rocha, não é a favor da obra no Cocó e critica o plano de mobilidade urbana de Fortaleza. Obras como esta das avenidas Engenheiro Santana Júnior e Antônio Sales não beneficia ciclistas e pedestres, mas as pessoas que possuem veículo particular. Victor afirma que os viadutos sofrem com a degradação. A sua construção tem como objetivo a solução rápida, mas a geração futura sofrerá com a ação, tendo que gastar "milhões" para resolver o problema.
Redação O POVO Online