Promotoria investigará 'bônus' na Assembleia de SP
A decisão da Assembleia foi tomada três semanas após o Tribunal de Justiça determinar o fim do pagamento de auxÃlio-moradia aos deputados estaduais. Depoimentos de servidores, sob a condição de anonimato, deram conta de que alguns parlamentares pedem aos funcionários que repassem o dinheiro de volta para eles. O teto do custo anual do aumento, em R$ 3.800 mensais, da cota de GED para os gabinetes dos 94 deputados, autorizado em junho pela Casa, é de R$ 4,3 milhões.
A Assembleia nega que os parlamentares tenham a prerrogativa de distribuir as GEDs nos gabinetes e sustenta que tal prerrogativa é das lideranças partidárias e das secretarias de Administração e Parlamentar. O Legislativo nega qualquer relação do aumento do bônus com o fim do auxÃlio-moradia.
O promotor de Justiça Silvio Marques informou que a apuração será encaminhada para o secretário executivo da promotoria do Patrimônio Público, Saad Mazloum, que, segundo ele, tem um inquérito em andamento no qual apura eventuais irregularidades em benefÃcios concedidos pela Casa. Se a Mazloum, que está de licença, couber a investigação, será feita nesse mesmo inquérito. Caso contrário, será redistribuÃda pelo MP.
Mazloum foi quem ajuizou as duas ações que culminaram na determinação, pelo TJ-SP, da extinção do auxÃlio-paletó e do auxÃlio-moradia. O primeiro era um 14.º e um 15.º salários que os deputados recebiam todos os anos; o segundo era uma verba de R$ 2.250 paga mensalmente aos parlamentares.
Nesta terça-feira, deputados cobraram que a Assembleia seja transparente e divulgue os benefÃcios pagos aos servidores. "Cada vez mais haverá exigência social de se saber quanto a população esta pagando com seus impostos para seus servidores", disse o deputado Major OlÃmpio (PDT). O deputado Carlos Giannazi (PSOL) afirmou que, na volta do recesso, cobrará a Casa sobre o assunto. "A Mesa Diretora nos informou que todos os gastos, inclusive de salários, seriam publicados na internet." O Legislativo enfrenta na Justiça uma ação dos servidores, que tentam impedir a publicação dos salários.
Â?RidÃculoÂ?
O lÃder do governo, Barros Munhoz (PSDB), disse que o questionamento sobre a GED é "ridÃculo e cômico". "Estão descobrindo pelo em ovo. Ã? ridÃculo para quem conhece a administração pública e a privada as coisas que vocês colocam como vergonhoso, escandaloso (sic). Ã? tudo normal, rotineiro. Há uma ânsia de criar escândalos." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.