Após manobra, Senado aprova fim do 2º suplente
Com o apoio de líderes partidários e o aval do presidente da Casa e grande derrotado de terça-feira, Renan Calheiros (PMDB-AL), os senadores consideraram na nova votação que não tinham mandado para o arquivo o texto-base da PEC inicialmente proposta pelo ex-presidente José Sarney (PMDB-AP). Em seguida, o senador Francisco Dornelles (PP-RJ) apresentou em plenário um novo parecer no qual manteve a base do texto proposto na terça pelo senador Luiz Henrique (PMDB-SC).
Contudo, para aplacar as queixas dos atuais suplentes, Dornelles retirou da matéria a possibilidade de eleição de um novo senador nos casos de afastamento definitivo do titular. Ou seja, o primeiro suplente permanecerá no cargo até o final do mandato. A proposta manteve a restrição para se colocar na chapa cônjuge ou parentes consanguíneos até o segundo grau, inclusive familiares que tenham sido adotados.
A proposta, que seguirá para análise da Câmara dos Deputados, foi aprovada em segundo turno por 60 votos a favor, apenas um contra - do senador Pedro Simon (PMDB-RS), que pediu para retificar o voto - e uma abstenção - Lobão Filho (PMDB-MA), suplente do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão. Nesta terça, o texto de Luiz Henrique recebeu 46 votos favoráveis, 17 contrários e uma abstenção. Faltaram três para aprová-lo.
"A base está de parabéns por cumprir os anseios das urnas", afirmou o senador Antonio Carlos Rodrigues (PR-SP), primeiro suplente da ministra Marta Suplicy e que ontem foi um dos 17 votos contrários à PEC. "O suplente de senador poderia substituir e não suceder, o que nós consideramos um erro", ponderou o senador Eduardo Lopes (PRB-RJ), suplente do ministro da Pesca, Marcelo Crivella, sobre a mudança feita pelos parlamentares. Lopes chegou a dizer que o suplente não deveria se chamar suplente, e sim "vice-senador".
"Essa foi uma importante resposta do Senado Federal e, na continuidade da matéria, deliberou como cobrado pelas manifestações pelas ruas", afirmou Renan Calheiros. O presidente do Senado elegeu-a desde a semana passada como uma das pautas prioritárias da Casa em reação aos protestos.