O primeiro presidente da ditadura argentina, Jorge Rafael Videla, morreu na manhã desta quinta-feira, 17, aos 87 anos. O ditador estava preso em cela comum na cidade de Marcos Paz, onde cumpria pena de prisão perpétua por ter sido julgado culpado de extermínio em massa de opositores políticos, sequestro de bebês e outros crimes de guerra. A informação foi confirmada pela esposa do ditador, Cecilia Pando, em entrevista a radio Once Diez.

[SAIBAMAIS 2]A esposa de Videla disse que ele morreu dormindo. Segundo a imprensa argentina, a morte ocorreu por causas naturais, às 6h30min.

Videla foi o primeiro presidente do regime militar de 1976. Após a queda da ditadura argentina, ele foi condenado à prisão perpétua em 1985, mas acabou anistiado em 1990 pelo ex-presidente Carlos Menem. Em 2004, o então presidente Néstor Kirchner voltou a levar o caso para a Justiça argentina, condenando Videla novamente à prisão perpétua.

Entidades humanitárias estimam que, nos anos mais duros da ditadura argentina, entre 10 mil e 30 mil adversários políticos do regime militar desapareceram. Em entrevista à imprensa argentina, o próprio Videla admitiu oito mil desaparições. “Era o preço a pagar”, chegou a dizer.

Redação O Povo Online