Bulgária se prepara para adoção do euro com temor à inflação

15:21 | Dez. 31, 2025

Por: AFP

A Bulgária está se preparando para adotar o euro e tornar-se assim o 21º país a aderir à moeda única europeia, integração que alguns temem que alimente a inflação e acentue a instabilidade política.

À meia-noite (19h desta quarta-feira, 31, em Brasília), o pequeno Estado balcânico de 6,4 milhões de habitantes aposentará sua moeda, o lev, em circulação desde o fim do século XIX.

A maioria das bancas do "Mercado das Mulheres", o maior e mais antigo da capital, Sófia, já apresenta os preços em lev e em euros. 

"Toda a Europa se adequa ao euro. Nós também vamos conseguir", comenta Vlad, um aposentado de 66 anos. "O importante é que a Bulgária continue na Europa e se afaste de Moscou", acrescenta.

Lucy, vendedora de uma das bancas, afirma que já aceita pagamentos em euros e considera que a população terá facilidade em se adaptar à nova moeda.

"As pessoas têm medo de que os preços aumentem. Hoje são 4 levs e vão passar a ser 4 euros, mas os salários continuarão os mesmos", enfatiza uma mulher de cerca de 40 anos que não quis revelar seu nome.

Muitos búlgaros temem que a introdução do euro leve a uma espiral inflacionária. Os produtos alimentares já ficaram 5% mais caros no acumulado de 12 meses em novembro, segundo o Instituto Nacional de Estatística. 

As autoridades búlgaras tentam tranquilizar a população e prometem que a entrada na zona do euro permitirá dinamizar a economia do país, um dos mais pobres da União Europeia, da qual passou a fazer parte em 2007, e o protegerá da influência russa. 

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, garante que "o euro trará benefícios concretos aos cidadãos e às empresas búlgaras". 

"Facilitará as viagens e a vida no exterior, reforçará a transparência e a competitividade dos mercados e facilitará as trocas", acrescentou em comunicado. 

Paralelamente, a Bulgária enfrenta importantes desafios após as manifestações anticorrupção que recentemente derrubaram o governo de coalizão conservador, no poder há menos de um ano, e perante a perspectiva de novas eleições legislativas, as oitavas em cinco anos.

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