Em sua 1ª Missa do Galo, papa Leão XIV diz que "negar ajuda aos pobres é rejeitar a Deus"
Em homilia de natal em sua 1ª Missa do Galo como pontífice, Leão XIV afirma: "na terra não há espaço para Deus se não houver espaço para o homem: não acolher um significa não acolher o outro"
21:57 | Dez. 24, 2025
O papa Leão XIV alertou as contradições de uma “economia distorcida” que reduz pessoas à condição de mercadoria durante a homilia da Missa do Galo, celebrada na noite desta quarta-feira, 24 de dezembro, no Vaticano.
“Enquanto uma economia distorcida leva a tratar os homens como mercadoria, Deus torna-se semelhante a nós, revelando a infinita dignidade de cada pessoa”, afirmou.
Ao longo da homilia, Leão XIV citou Santo Agostinho, e os papas Bento XVI e Francisco, em um gesto de homenagem. Ao refletir sobre o Natal, o pontífice parafraseou Santo Agostinho: “A soberba humana esmagou-te tanto que só a humildade divina podia levantar-te”, declarou.
Para Leão XIV, a encarnação é um sinal de que nenhuma vida pode ser reduzida a objeto ou número. Ele ainda alertou que o esquecimento dessa ideia fará com que "não há espaço sequer para os outros, para as crianças, para os pobres, para os estrangeiros”, disse, ao retomar palavras de Bento XVI pronunciadas na homilia do Natal de 2012.
O pontífice também destacou que a relação com Deus passa necessariamente pela relação com o próximo. “Na terra não há espaço para Deus se não houver espaço para o homem: não acolher um significa não acolher o outro”, declarou.
Leia mais
Leão XIV ressaltou o significado simbólico do presépio. “Onde há lugar para o homem, há lugar para Deus”, afirmou, acrescentando que, assim, “um estábulo pode tornar-se mais sagrado do que um templo” e que “o ventre da Virgem Maria é a arca da nova aliança”. Segundo o pontífice, o Natal reafirma a escolha divina pela humildade e pela proximidade com os mais vulneráveis.
O papa recordou a homilia pronunciada por papa Francisco na noite de Natal de 24 de dezembro de 2024, quando o então pontífice afirmou que o nascimento de Jesus “reaviva em nós o dom e o compromisso de levar a esperança onde ela se perdeu”. Segundo Leão XIV, aquela mensagem marcou o início do Ano Santo.
Ainda nesta quarta-feira, 24, Papa Leão XIV apresentou um pedido de paz "desarmada e desarmante" e incentivou a construção de uma cultura de paz na vida doméstica e pública em mensagem preparada para o 1º de janeiro, o Dia Mundial da Paz, divulgada antecipadamente.
Para o Dia Mundial da Paz, o Papa Leão XIV defendeu o desarmamento e aconselhou cristãos e, principalmente, autoridades políticas, a se espelharem em Jesus Cristo, que travou uma luta "desarmada".