Dinamarca pede respeito à soberania após Trump nomear enviado para Groenlândia
07:05 | Dez. 22, 2025
A Dinamarca exigiu nesta segunda-feira (22) que o governo dos Estados Unidos respeite sua soberania depois que o presidente Donald Trump nomeou um enviado especial para a Groenlândia, um território autônomo dinamarquês cobiçado por Washington.
Desde seu retorno à Casa Branca em janeiro, Trump afirma que "precisa" da ilha de localização estratégica e rica em recursos naturais para garantir a segurança dos Estados Unidos. Ele se negou, inclusive, a descartar o uso da força para assumir o controle da Groenlândia.
O presidente americano anunciou na noite de domingo que designou o governador da Louisiana, o republicano Jeff Landry, como enviado especial dos Estados Unidos para a Groenlândia.
"Jeff compreende o quão essencial a Groenlândia é para a nossa segurança nacional e defenderá firmemente os interesses do nosso país para a segurança e a sobrevivência dos nossos aliados e, de fato, do mundo. Parabéns, Jeff!", escreveu em sua rede Truth Social.
Landry agradeceu na rede social X pela "honra de servi-lo como voluntário para tornar a Groenlândia parte dos Estados Unidos", antes de especificar que o cargo "não afeta de forma alguma" suas funções como governador da Louisiana.
A maioria dos 57.000 habitantes da Groenlândia deseja a independência da Dinamarca, mas não quer fazer parte dos Estados Unidos, segundo uma pesquisa de opinião realizada em janeiro.
As autoridades, tanto da Dinamarca como da Groenlândia, insistem que a ilha não está à venda e a população decidirá seu futuro.
"A nomeação confirma o contínuo interesse dos Estados Unidos na Groenlândia", afirmou nesta segunda-feira o ministro das Relações Exteriores da Dinamarca, Lars Lokke Rasmussen, em um comunicado.
"Insistimos que todos, inclusive os Estados Unidos, devem demonstrar respeito pela integridade territorial do Reino da Dinamarca", acrescentou.
A Groenlândia tem uma localização estratégica, entre a América do Norte e a Europa, no momento em que Estados Unidos, China e Rússia demonstram interesse crescente pelo Ártico, onde foram abertas rotas marítimas devido às mudanças climáticas e há grandes reservas de terras raras.
A Groenlândia também se posiciona como a rota mais curta para mísseis entre a Rússia e os Estados Unidos.
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