Simpatizantes do governo protestam em Honduras contra 'golpe eleitoral'
22:12 | Dez. 17, 2025
Milhares de apoiadores da esquerda governista em Honduras protestaram nesta quarta-feira (17) contra o que consideram uma "fraude" nas eleições presidenciais, cujo vencedor segue indefinido mais de duas semanas após a votação.
A proclamação do vencedor dessas disputadas eleições de 30 de novembro depende da revisão de atas com inconsistências, mas acusações de fraude entre os candidatos impediram o início desse processo.
O empresário conservador Nasry Asfura, apoiado por Donald Trump, lidera a apuração com menos de dois pontos percentuais de vantagem sobre o apresentador de televisão de direita Salvador Nasralla, a quem o presidente americano chama de "quase comunista".
Liderados pela presidente hondurenha Xiomara Castro, cerca de 5 mil militantes do Partido Livre ecoaram em Tegucigalpa a denúncia da chefe de Estado sobre um "golpe eleitoral", como ela se refere a uma suposta "adulteração" de resultados e à "ingerência" de Trump.
O presidente americano advertiu sobre "consequências" para o empobrecido país centro-americano caso a tendência favorável a Asfura seja alterada.
"Qualquer chamado para alterar a ordem pública ou para obstruir o trabalho do CNE [Conselho Nacional Eleitoral] terá consequências", advertiu nesta quarta-feira, na rede X, o escritório americano para Assuntos do Hemisfério Ocidental.
Em meio ao processo eleitoral, Trump também concedeu indulto ao ex-presidente hondurenho Juan Orlando Hernández, que cumpria pena de 45 anos de prisão nos Estados Unidos por narcotráfico.
Asfura disputa a eleição pelo mesmo partido de Hernández, acusado de ter construído sua carreira política com dinheiro da cocaína.
"Convoquei vocês para [...] não permitir que as atas de votação sejam manipuladas", disse Xiomara Castro durante o ato.
Tanto o partido da presidente quanto o Partido Liberal de Nasralla exigem uma recontagem "voto a voto", o que o Partido Nacional rejeita. O CNE tem prazo até 30 de dezembro para declarar um vencedor.
"Não concordamos com o golpe eleitoral nem com a ingerência de Trump", disse à AFP Ricardo Andino, advogado de 23 anos que segurava um cartaz com a imagem do magnata republicano.
A candidata governista Rixi Moncada, que aparece em um distante terceiro lugar e foi rotulada por Trump como "comunista", reiterou no ato que não descansará em seu "pedido para que sejam anuladas as eleições [...] mais fraudulentas da história".
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