Putin tem 'responsabilidade moral' por envenenamento de britânica, diz investigação
11:12 | Dez. 04, 2025
O presidente russo, Vladimir Putin, carrega a "responsabilidade moral" pela morte em 2018 de uma britânica, vítima colateral do envenenamento com novichok do ex-espião russo Serguei Skripal, segundo uma investigação independente divulgada nesta quinta-feira (4).
O Ministério das Relações Exteriores britânico anunciou que convocou o embaixador russo em Londres, Andrei Kelin, e impôs sanções à "totalidade" do serviço de inteligência militar russo (GRU), considerado responsável por sua morte, após uma operação contra Skripal.
Dawn Sturgess, de 44 anos, foi contaminada por essa substância neurotóxica alguns meses após o envenenamento do ex-espião e sua filha Yulia, que sobreviveram, em Salisbury, cidade no sudoeste da Inglaterra.
A mulher havia usado o que acreditava ser um perfume, em um frasco que seu parceiro havia encontrado em um lixo em Amesbury, a cerca de 15 quilômetros de Salisbury.
O caso provocou uma crise diplomática entre os dois países e expulsões recíprocas de diplomatas.
A Rússia sempre negou estar envolvida na morte da cidadã britânica.
"Os envenenamentos de Salisbury chocaram a nação e as conclusões de hoje lembram gravemente o desprezo do Kremlin pelas vidas dos inocentes. A morte desnecessária de Dawn é uma tragédia", declarou o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, citado no comunicado do Ministério das Relações Exteriores.
Dawn Sturgess é a "vítima inocente de uma tentativa de assassinato realizada por agentes de uma organização estatal russa nas ruas de Salisbury", declarou o presidente da investigação, Anthony Hughes, após a publicação do relatório.
A conduta dos agentes do GRU, "de seus superiores e de quem autorizou a missão, incluindo o presidente Putin, foi de uma imprudência incrível", aponta o relatório.
"Existe um vínculo direto entre as ações desses indivíduos e a morte de Dawn Sturgess. Eles, por si só, carregam a responsabilidade moral por este acontecimento", acrescentou.
Três agentes dos serviços de inteligência russos foram acusados na investigação penal britânica e estão sujeitos a mandados de prisão.
Em julho, o Reino Unido sancionou 18 "espiões" e três unidades do serviço de inteligência militar russo (GRU), acusados de "ter conduzido uma campanha maliciosa online durante vários anos".
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