Comissão do Vaticano rejeita, por ora, ordenação de mulheres diaconisas

16:07 | Dez. 04, 2025

Por: AFP

Uma comissão do Vaticano ainda não tomou uma decisão definitiva sobre a ordenação de mulheres diaconisas, mas até o momento a resposta continua sendo negativa, segundo um documento publicado nesta quinta-feira (4).

O papa Francisco, falecido em abril, criou esta comissão em 2020, sob a direção do cardeal Giuseppe Petrocchi, com o objetivo de examinar a questão em um contexto de acalorados debates sobre o papel da mulher em uma Igreja chefiada por homens há 2.000 anos.

Seus trabalhos foram realizados a portas fechadas, mas uma carta do cardeal Petrocchi ao papa Leão XIV, escrita em setembro e publicada nesta quinta-feira pelo Vaticano, lança uma primeira luz sobre suas deliberações.

Este documento revela que, em julho de 2022, a comissão aprovou por 7 votos contra 1 uma moção que "excluía a possibilidade" de autorizar mulheres a se tornarem diaconisas, embora especificasse que não se tratava de uma "decisão definitiva". 

Em sua última sessão de trabalho, em fevereiro de 2025, a comissão examinou as contribuições do Sínodo, assembleia universal da Igreja, cuja agenda incluía a questão do diaconato feminino.

Posteriormente, o grupo se equilibrou em partes iguais (cinco votos a favor e cinco contra) em uma votação que questiona se a masculinidade das pessoas que recebem ordens sagradas é um elemento crucial do ensinamento da Igreja.

Em sua carta, o cardeal Petrocchi defendeu uma abordagem prudente sobre o tema, que suscita um debate "intenso", e pediu que sejam realizados estudos complementares.

Os diáconos são ordenados e habilitados para celebrar batismos, casamentos e funerais, mas, ao contrário dos padres, não podem celebrar a missa.

Por enquanto, ainda não se sabe por que o papa Leão XIV decidiu publicar este documento agora nem o que acontecerá a seguir.

No entanto, uma associação de defesa dos direitos das mulheres, a Conferência de Ordenação das Mulheres, declarou nesta quinta-feira estar "consternada pela negativa do Vaticano em abrir suas portas às mulheres", ou sequer "entreabri-las".

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