Os últimos acontecimentos da guerra Irã-Israel

Um frágil cessar-fogo entrou em vigor nesta terça-feira, 24, entre o Irã e Israel, após 12 dias de uma guerra desencadeada pelo exército israelense para evitar que Teerã adquira armas nucleares.

Israel não relatou nenhum alerta de mísseis em seu território desde às 7h45 GMT (4h45 em Brasília) desta terça-feira, e o Irã informou ataques israelenses até às 05h30 GMT (02h30 em Brasília).

O governo israelense anunciou por volta das 6h30 GMT (3h30 em Brasília) ter aceitado a proposta dos Estados Unidos de um "cessar-fogo bilateral", afirmando ter alcançado "todos os objetivos" da guerra.

O Irã afirmou posteriormente ter "obrigado" seu inimigo a "cessar unilateralmente" o conflito.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou a entrada em vigor do cessar-fogo, que posteriormente repetiu nas redes sociais.

"Foi plenamente acordado por e entre Israel e Irã que haverá um CESSAR FOGO TOTAL e COMPLETO", anunciou Trump na Truth Social.

Durante a noite, várias explosões sacudiram Teerã, segundo jornalistas da AFP. Do lado israelense, um ataque com mísseis iranianos ocorrido antes do início anunciado do cessar-fogo matou quatro pessoas no sul do país, segundo os serviços de emergência.

No Irã, um cientista relacionado à energia nuclear morreu durante a noite devido a um ataque israelense, segundo a televisão iraniana.

Nove pessoas morreram na madrugada desta terça-feira no norte do Irã em um ataque israelense, segundo um funcionário local citado pela agência Fars.

O Poder Judiciário iraniano anunciou que havia "transferido" detidos da prisão de Evin para outras prisões da província de Teerã, no dia seguinte a um ataque israelense contra essa prisão na capital.

Israel aceita o cessar-fogo, mas relata ataques iranianos

Após aceitar o cessar-fogo, o governo israelense disse que, graças à guerra, havia "eliminado uma dupla ameaça existencial imediata: nuclear e balística". Agradeceu a Trump e aos Estados Unidos "por seu apoio em matéria de defesa e sua participação na eliminação da ameaça nuclear iraniana".

O Exército israelense relatou ataques com mísseis iranianos em seu território, e o ministro da Defesa disse que havia ordenado ao Exército "revidar com força (...) lançando ataques poderosos contra alvos do regime no coração de Teerã".

O Estado-Maior do Exército iraniano negou os novos disparos.

Por sua vez, o Conselho de Segurança Nacional iraniano falou em "uma vitória e um triunfo que obrigaram o inimigo a lamentar, aceitar a derrota e cessar unilateralmente sua agressão", mas assegurou que mantém "o dedo no gatilho".

Irã ataca base americana no Catar

Na segunda-feira, o Conselho de Segurança Nacional da República Islâmica anunciou que as forças iranianas haviam atacado "a base aérea americana de Al Udeid, no Catar", em resposta aos bombardeios americanos em suas instalações nucleares.

Também indicou que o número de mísseis disparados "era o mesmo que o número de bombas" utilizadas pela Força Aérea dos Estados Unidos, o que indica que se trata de uma resposta proporcional.

A Guarda Revolucionária, o exército de elite do Irã, afirmou que seis mísseis haviam "atingido" a base americana.

O Catar afirmou que a base havia sido evacuada previamente e que os mísseis foram interceptados.

Trump quis "agradecer ao Irã por nos avisar com antecedência, o que tornou possível não perder vidas e não ferir ninguém". Trump descreveu a resposta iraniana como "muito fraca (...) contrabalançada de maneira muito eficaz" pelos Estados Unidos.

O primeiro-ministro do Catar, Mohamed bin Abdulrahman Al Thani, disse nesta terça-feira que persuadiu o Irã a aceitar um cessar-fogo, segundo uma fonte próxima às negociações.

A guerra desencadeada por Israel contra o Irã causou pelo menos 610 mortes até esta terça-feira e mais de 4.700 feridos entre a população civil, segundo um novo balanço do Ministério da Saúde iraniano.

Os ataques iranianos contra Israel deixaram 28 mortos, segundo as autoridades israelenses.