Domo de Ferro: entenda arma usada por Israel para se proteger do Irã

O sistema antimísseis Domo de Ferro foi desenvolvido pelos Estados Unidos para proteger Israel de ataques de inimigos na região, como o do Irã. Saiba mais

19:56 | Abr. 13, 2024

Por: Agência Estado
Vídeo registra explosões no céu de Jerusalém durante o ataque do Irã contra Israel (foto: AFPTV / AFP)

Israel afirmou ter frustrado 99% dos mais de 300 drones e mísseis lançados em direção ao seu território por Irã. Uma arma importante para isso foi o sistema antimísseis Domo de Ferro, desenvolvido pelos Estados Unidos para proteger Israel de ataques de inimigos na região, como o grupo terrorista Hamas.

O sistema tem capacidade para derrubar foguetes e mísseis de curto alcance. O ataque do Irã também foi confirmado pelos estadunidenses, que prometeram enviar auxílio ao país.

Domo de Ferro: como funciona a arma?

Criado pelas empresas israelenses Rafael Advanced Defense Systems e Israel Aerospace Industries, com apoio técnico e financeiro dos EUA, o Domo de Ferro foi criado em 2011 com dois sistemas separados, conhecidos como a Flecha e a Funda de David, desenhados para ataques de médio e longo alcance.

O Iron Dome, como é chamado em inglês, possui interceptadores que são disparados de unidades móveis ou estáticas, projetados para explodir os foguetes no ar.

Segundo o governo de Israel, o nível de eficácia é de 90%. O sistema consegue prever ainda se o foguete inimigo tem uma trajetória com risco de atingir uma área povoada ou alvos de infraestrutura.

Domo de Ferro é projeto milionário

Apesar do financiamento inicial do projeto ter sido bancado por Israel, o governo americano autorizou duas rodadas de verbas para aprimorar o Domo de Ferro, em 2010 e em 2013, num valor que soma quase US$ 900 milhões.

Cada bateria antiaérea custa US$ 50 milhões e os projéteis que destroem os foguetes são avaliados em US$ 80 mil.

Críticos ao projeto afirmam que ele pode prolongar o conflito de Israel com seus vizinhos, em especial os palestinos, já que o Domo de Ferro ajudaria o país a postergar ações efetivas que evitem os conflitos.

Defensores do sistema dizem que ele evitou que Israel enviasse tropas para Gaza, por exemplo, em diversas oportunidades, além de ser relativamente barato. (Com agências internacionais)

Defesa de Israel diz ter interceptado maioria dos drones e mísseis do Irã

Segundo Daniel Hagari, porta-voz militar israelense, "a vasta maioria" dos drones e mísseis lançados pelo Irã foram interceptados, com apoio de aliados.

Em pronunciamento à imprensa, Hagari afirmou que um "pequeno número" deles atingiu o solo e causou danos mínimos.

"Estamos operando com força total para nos defender", disse ele, que acrescentou que a ofensiva ainda não acabou.

Irã se considera vingado e alerta a Israel que não responda

O Irã pediu, neste domingo, a Israel para não reagir militarmente ao ataque. "O caso pode ser considerado encerrado", anunciou a missão iraniana na ONU em uma mensagem publicada três horas depois do início do primeiro ataque direto contra Israel que o Irã lançou a partir do seu território.

Questionado se Israel responderia, Daniel Hagari disse que o país faria o que fosse necessário para proteger seus cidadãos.

Irã diz que não hesitará em tomar mais ações, se necessário

O Irã advertiu, ainda, que não hesitará em tomar mais ações defensivas para proteger seus interesses, conforme comunicado do ministério de Relações Exteriores do país persa, divulgado neste sábado.

Na nota, o órgão reforçou o compromisso com os princípios da Carta das Nações Unidas, mas salientou que seguirá defendendo "decisivamente" sua soberania e integridade territorial.

O presidente iraniano, Ebrahim Raisi, alertou que quaisquer ações "imprudentes" de Israel e dos seus aliados levarão a uma "resposta mais forte" da República Islâmica.