Região boliviana convoca protestos para exigir censo

A próspera região de Santa Cruz, na Bolívia, controlada pela oposição ao presidente Luis Arce, iniciará neste sábado uma série de protestos para exigir a antecipação em um ano do censo demográfico marcado para 2024.

O governo "tem até amanhã [sexta-feira] para resolver o tema: censo em 2023, sim ou sim, é o lema", afirmou nesta quinta-feira (20) o dirigente do comitê cívico de Santa Cruz, Fernando Larach.

O comitê, uma associação civil e empresarial, exige que o governo aprove um decreto para a realização do censo no ano que vem. Na Bolívia, os dados dessa pesquisa oficial são usados como base para a distribuição de cadeiras no Congresso e de recursos econômicos públicos, que são proporcionais à população.

Situada no leste da Bolívia, na fronteira com o Brasil, Santa Cruz é a região mais populosa e o centro comercial do país. O comitê alega que a distribuição de recursos econômicos e de cadeiras no Congresso está defasada, pois tem como base o censo realizado há mais de 10 anos.

O governo de Arce, por outro lado, afirma que não há condições técnicas para realizar a pesquisa em 2023, e que a mesma só será possível em 2024.

Os protestos em Santa Cruz devem se concentrar principalmente no bloqueio de ruas, avenidas e estradas interdepartamentais, com a possibilidade de conflitos violentos entre civis opositores, que apoiam a antecipação do censo, e simpatizantes do governo, que anunciaram sua rejeição.

No poder há dois anos, o governo do presidente Luis Arce mantém divergências políticas com o governador de Santa Cruz, Luis Fernando Camacho, um dos líderes do movimento que levou à renúncia do ex-presidente Evo Morales em 2019.

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