Palestino morre em operação do Exército israelense na Cisjordânia

14:22 | Out. 05, 2022

Por: AFP

Um jovem palestino morreu e pelo menos dois outros foram feridos nesta quarta-feira(5) por forças israelenses durante uma operação em Nablus, na Cisjordânia ocupada, informou o Ministério de Saúde palestino.

Alaa Zaghal, de 21 anos, "morreu com um ferimento na cabeça por bala disparada pelo exército de ocupação (israelense) em Deir al Hatab, leste de Nablus", afirmou o Ministério, acrescentando que duas pessoas foram feridas no ombro.

Segundo a mídia palestina e um fotógrafo da AFP presente no local, os feridos são jornalistas.

Por sua vez, o Exército israelense disse ter realizado uma operação "para pegar um terrorista suspeito de estar envolvido no ataque a tiros de domingo contra um ônibus e um táxi israelenses perto de Nablus".

O suspeito, apresentado como Salman Amran, um membro de 35 anos do grupo islâmico Hamas, "atirou em soldados" ao entrar em um prédio, disse o Exército, acrescentando que respondeu atirando no prédio e em outros lugares.

O suspeito foi preso, segundo o exército, alegando não saber "a causa" dos ferimentos dos jornalistas.

O exército israelense multiplicou as operações na Cisjordânia, um território palestino ocupado por Israel desde 1967, após uma série de ataques contra israelenses que deixaram 20 mortos desde março.

Essas operações marcadas por confrontos com a população se concentraram em Jenin e Naplus, no norte da Cisjordânia, e deixaram dezenas de mortos entre os palestinos.

Esse aumento da violência na Cisjordânia coincide com a campanha eleitoral em Israel antes das eleições de 1º de novembro e com tensões internas nos territórios palestinos, onde muitos jovens acusam a Autoridade Palestina liderada por Mahmoud Abbas de não se opor às operações das forças israelenses.

Na terça-feira, o conselheiro de segurança nacional dos EUA, Jake Sullivan, se encontrou com um alto funcionário da Autoridade Palestina, Hussein al-Sheikh, na Casa Branca.

Sullivan "enfatizou a necessidade de tomar medidas para diminuir as tensões na Cisjordânia, combatendo o terrorismo e a provocação", disse a Casa Branca em comunicado.

Ele também enfatizou "a importância, para todas as partes, de evitar ações unilaterais que ameacem a estabilidade e a necessidade de fortalecer as instituições palestinas".

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