Onze países da OEA promovem saída de representante de Guaidó

21:08 | Out. 05, 2022

Por: AFP

Onze países da OEA, entre eles México e Bolívia, impulsionam a saída do representante do líder opositor venezuelano Juan Guaidó, uma decisão que deverá ser tomada pelos Estados-membros do bloco regional, disse nesta quarta-feira (5) o secretário-geral, Luis Almagro.

O reconhecimento do delegado da Venezuela "foi decidido por votação e este outro será decidido por votação" desta proposta, afirmou Almagro em coletiva de imprensa na abertura da 52ª Assembleia Geral da OEA, o principal órgão político da organização.

Um grupo de países encabeçado por Antígua e Barbuda, com apoio de Bahamas, Barbados, Belize, Bolívia, Dominica, Granada, México, Santa Lúcia, São Vicente e Granadinas e Trinidade e Tobago, querem "revogar a aceitação do representante permanente na OEA designado pela Assembleia Nacional da Venezuela em janeiro de 2019".

Assim, propõem um projeto de resolução que, para ser votado, primeiro necessita do apoio de dois terços dos 34 membros ativos da OEA.

O texto também pede "considerar" que a Venezuela "deixou de ser membro da Organização dos Estados Americanos em 27 de abril de 2019". Nesse dia, terminou o prazo para que a Venezuela formalizasse sua saída da OEA, notificada pelo governo de Nicolás Maduro dois anos antes.

Mas Almagro negou nesta quarta que o processo de retirada da Venezuela da OEA tivesse sido concluído.

"Para deixar a Organização, não é necessário passar apenas dois anos, mas eles têm de estar em dia com todas as suas obrigações", explicou, ao lembrar que o Estado venezuelano deve para a OEA "alguns milhões de dólares de contas pendentes de contribuições".

"Fundamentalmente, o processo foi interrompido por isso mais do que por outras considerações, simplesmente o assento [da Venezuela na OEA] não ficou vazio", frisou o secretário-geral da organização.

A cadeira da Venezuela foi assumida por Gustavo Tarre, um enviado de Guaidó, que em janeiro de 2019, quando Maduro assumiu um segundo mandato após eleições questionadas, se declarou presidente encarregado da Venezuela, invocando sua condição de líder da Assembleia Nacional.

Tarre, no entanto, não viajou a Lima para representar a Venezuela nesta assembleia da OEA, anunciou na terça-feira o escritório de Guaidó, lamentando que o tema das credenciais tenha levado "à marginalização" da crise humanitária e de direitos humanos no país sul-americano.

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