ONU pede que 'mulheres e meninas afegãs não sejam esquecidas'

Os talibãs cantaram em Cabul nesta segunda-feira para celebrar o primeiro aniversário de seu retorno ao poder no Afeganistão

12:45 | Ago. 15, 2022

Mulheres afegãs atravessam uma estrada enquanto combatentes do Talibã viajam em um comboio para comemorar seu dia de vitória perto da embaixada dos EUA em Cabul em 15 de agosto de 2022 (foto: WAKIL KOHSAR / AFP)

O Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) pediu, nesta segunda-feira, 15, para que "mulheres e meninas afegãs não sejam esquecidas", apesar de outras crises importantes que afetam o mundo.

O apelo foi feito um ano após os talibãs retornarem ao poder no Afeganistão.

"Enquanto o mundo enfrenta várias crises que se sobrepõem, não podemos esquecer as mulheres e meninas afegãs. Quando mulheres e crianças têm seus direitos básicos negados, todos nós somos afetados", disse Natalia Kanem, diretora-executiva do UNFPA, ao denunciar a "deterioração contínua" dos direitos das mulheres, desde a educação até o acesso à saúde.

"Um ano depois que os talibãs retomaram o poder, o país se encontra em uma profunda crise econômica e humanitária. O aumento vertiginoso dos preços dos alimentos e da energia, agravado pela seca e a guerra na Ucrânia, deixou cerca de 95% da população e quase todos os lares dirigidos por mulheres sem o suficiente para comer", acrescentou em nota.

Em outra declaração divulgada neste fim de semana, a diretora da agência ONU Mulheres, Sima Bahous, denunciou a "construção meticulosa de políticas de desigualdade" por parte dos talibãs.

"Devemos continuar dando voz às mulheres e crianças afegãs que lutam todos os dias pelo direito a viver em liberdade e com igualdade", acrescentou.

"Sua luta é nossa luta. O que acontece às mulheres e meninas afegãs é responsabilidade do mundo", destacou.

Os talibãs cantaram em Cabul nesta segunda-feira para celebrar o primeiro aniversário de seu retorno ao poder no Afeganistão, após um ano marcado por um forte retrocesso nos direitos das mulheres e uma profunda crise humanitária.