Justiça francesa suspende autorização de uso do 'burquíni' em piscinas de Grenoble

17:51 | Mai. 25, 2022

Um tribunal francês suspendeu, nesta quarta-feira (25), a autorização de uso do "burquíni" nas piscinas municipais de Grenoble (sudeste), por considerar que essa peça que cobre o corpo e a cabeça afeta "gravemente o princípio de neutralidade do serviço público".

O regulamento, aprovado na semana passada pela maioria da Câmara Municipal da cidade governada pelo ambientalista Éric Piolle, deveria autorizar, a partir de 1º de junho, as mulheres muçulmanas a usar burquíni nas piscinas da cidade.

Mas a decisão judicial considerou que essa autorização suporia uma "violação da regra geral que obriga a utilização de uma indumentária justa ao corpo [nas piscinas] para permitir que certos usuários ignorassem essa regra com uma finalidade religiosa".

O ministro do Interior da França, Gérald Darmanin, celebrou no Twitter a decisão judicial como uma "excelente notícia".

"Depois de nosso recurso, o tribunal administrativo suspende a deliberação da Câmara Municipal de Grenoble que autorizava o burquíni nas piscinas municipais", afirmou.

O tema do burquíni, assim como o do véu islâmico, costuma aquecer o debate político na França e isso voltou a acontecer nas vésperas das eleições legislativas de junho, cruciais para o presidente reeleito recentemente, Emmanuel Macron.

O prefeito Piolle havia argumentado que a reforma do regulamento municipal de piscinas buscava pôr fim "às aberrantes proibições de vestuário" e às ordens "sobre o corpo das mulheres".

No entanto, para os seus opositores, o burquíni é um símbolo da opressão da mulher, comparável inclusive ao véu integral que os talibãs acabam de voltar a impor sobre as mulheres no Afeganistão.

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