Defesa de Hernández processa presidente do Congresso hondurenho nos EUA

16:56 | Abr. 27, 2022

Um detetive particular que integra a defesa do ex-presidente hondurenho, Juan Orlando Hernández, apresentou nesta quarta-feira (27), em um tribunal de Manhattan, um processo por difamação em que pede indenização de US$ 20 milhões ao presidente do Congresso de Honduras e ao ministro de Comunicação.

No processo, ao qual a AFP teve acesso, aparece também o nome da presidente hondurenha, Xiomara Castro, mesmo que rasurado a mão.

Segundo a defesa, tanto o ministro de Comunicação, Milton Benítez, através do jornal digital El Perro Amarillo, como o presidente do Congresso, Luis Redondo de La Pauta, "orquestraram uma perseguição por parte do governo de Honduras" contra o detetive Ángel Martínez.

Em uma mensagem enviada à AFP, a defesa explicou que o atual governo hondurenho teria agido em "obstrução a uma investigação da defesa federal" assim como na "difamação e injúrias após uma informação falsa acusando o detetive Ángel Martínez de visitar uma suposta fazenda que dizem pertencer a Yani Rosenthal, onde supostamente caiu uma aeronave com drogas".

O reclamante considera que esta informação é "fabricada", assim como "as evidências fabricadas no caso de Juan Orlando Hérnandez".

"Querem me vincular ao narcotráfico", afirmou à AFP Martínez, que garantiu que a propriedade pertence "há muitos anos a um amigo", o hondurenho Óscar René Zepeda Valladares.

Os réus terão 21 dias após o recebimento da notificação para responder e, segundo a defesa, terão que comparecer ao tribunal federal do distrito sul de Nova York para se defender das acusações.

Rosenthal foi candidato presidencial pelo Partido Liberal nas eleições hondurenhas de 2021, vencidas por Castro.

A corte do distrito sul de Manhattan é responsável por julgar o caso de Hernández, que foi extraditado para Nova York na última quinta-feira para responder presencialmente às acusações da justiça dos EUA por tráfico de cocaína e uma dupla acusação de tráfico de armas.

O tribunal aceitou a ação porque o autor reside em Nova York e as "declarações falsas e difamatórias feitas pelos réus foram publicadas em Honduras, Nova York, Flórida, Califórnia, Washington D.C.".

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