Moscou denuncia tom 'hitleriano' do discurso europeu contra Rússia

"Não escondem seus objetivos: destruir, romper, destroçar, asfixiar a economia e a Rússia em seu conjunto", acrescentou o diplomata

10:26 | Mar. 25, 2022

Sergei Rudskoi, alto representante do Estado-Maior, porta-voz do Ministério da Defesa Igor Konashenkov e Mikhail Mizintsev, chefe do Centro de Controle da Defesa Nacional da Rússia, realizam um briefing sobre a ação militar russa na Ucrânia, em Moscou, em 25 de março de 2022. O exército russo em 25 de março atualizou suas perdas na Ucrânia para 1.351 soldados, dizendo que havia evacuado mais de 400.000 civis e condenando o fornecimento de armas ocidentais para Kiev (foto: NATALIA KOLESNIKOVA / AFP)

O chanceler russo, Serguei Lavrov, considerou nesta sexta-feira, 25, que o discurso dos líderes europeus contra a Rússia, alvo de duras sanções por sua ofensiva na Ucrânia, tem um tom "hitleriano".

"Declararam uma verdadeira guerra híbrida total contra nós. Esse termo [guerra total] usado pela Alemanha hitlerista é agora empregado por muitos políticos europeus, quando explicam o que querem fazer com a Rússia", denunciou o ministro Lavrov, em uma reunião com representantes de uma fundação diplomática russa.

"Não escondem seus objetivos: destruir, romper, destroçar, asfixiar a economia e a Rússia em seu conjunto", acrescentou o diplomata.

Desde a introdução de dezenas de milhares de tropas na Ucrânia, a Rússia foi submetida a sanções ocidentais em uma escala sem precedentes que já afetaram o sistema financeiro, a cadeia de suprimentos, a moeda e a inflação.

Moscou garante que luta contra "neonazistas" na Ucrânia.

O papel central da URSS na derrota da Alemanha de Hitler em 1945 está no centro da identidade nacional russa e do discurso patriótico de Vladimir Putin. O presidente russo já usou termos relacionados aos nazistas ao se referir aos ocidentais, denunciando, por exemplo, uma "blitzkrieg" econômica, ou comparando suas sanções a "pogroms antissemitas".