Em nova estratégia contra covid, Espanha testará apenas casos suspeitos de pessoas de risco

16:41 | Mar. 22, 2022

A Espanha deixará de testar todos os casos de suspeita de covid-19, portanto, deixará de contabilizar cada infecção, em um passo para considerar o coronavírus uma doença endêmica, anunciou nesta terça-feira (22) o Ministério da Saúde.

Graças aos "altos níveis de imunidade alcançados na população espanhola", o país pode avançar para "uma estratégia diferente" que concentre seus esforços "nas pessoas e áreas de maior vulnerabilidade", disse a pasta em um comunicado.

Assim, os testes de diagnóstico à covid-19 deixarão de ser realizados em todos os casos suspeitos, para priorizar "pessoas com fatores de vulnerabilidade (mais de 60 anos, imunocomprometidos e grávidas)", profissionais de saúde e "casos graves", explicou.

Além disso, a partir de segunda-feira, quando entrará em vigor a nova estratégia, "os casos confirmados leves e assintomáticos não entrarão em isolamento" e as pessoas que tiveram contato com infectados não terão de fazer quarentena, acrescentou.

Essa estratégia poderá ser revertida se houver "uma mudança significativa na tendência que indique uma circulação descontrolada" do coronavírus, disse o Ministério da Saúde espanhol, que desde a semana passada deixou de publicar dados atualizados da covid diariamente para fazê-lo duas vezes por semana.

Na Espanha, onde mais de 92% da população com mais de 12 anos recebeu o esquema vacinal completo e 51% de seus 47 milhões de habitantes receberam inclusive uma dose de reforço, o governo havia anunciado semanas atrás que avançaria para uma gestão do coronavírus como uma doença endêmica, com a qual se convive normalmente.

O presidente do governo, o socialista Pedro Sánchez, afirmou no início de março que "muito em breve" a máscara deixará de ser obrigatória em ambientes internos, uma vez que o país observa um "horizonte (...) de superação da pandemia" .

Desde o início da pandemia, há mais de dois anos, a Espanha registrou mais de 102 mil mortes e 11,3 milhões de infecções.

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