Moscou se concentrará na fabricação de satélites para fins militares

15:40 | Mar. 03, 2022

Esta imagem de satélite Maxar tirada e divulgada em 23 de fevereiro de 2022 mostra um grupo de batalha e implantação de artilharia em Golovchino. Imagem de satélite ©2022 Maxar Technologies / AFP (foto: Imagem de satélite ©2022 Maxar Technologies / AFP)

A agência espacial russa Roscosmos anunciou nesta quinta-feira (3) que a partir de agora vai priorizar o desenvolvimento de satélites para fins militares, uma consequência do isolamento internacional que a Rússia sofre uma semana depois de invadir a Ucrânia.

"É claro que nosso programa espacial será ajustado. Para começar, as prioridades serão definidas", disse Dmitri Rogozin, chefe da Roscosmos, em entrevista à rede de televisão pública Rossiya-24.

"A prioridade atual é a fabricação de dispositivos espaciais de acordo com as necessidades da Roscosmos e do Ministério da Defesa", acrescentou. Esses "dispositivos espaciais", satélites em particular, terão uma "dupla finalidade", especificou.

A Roscosmos já projetou satélites militares para o Ministério da Defesa da Rússia.

Rogozin também anunciou que a Rússia não fornecerá mais motores de foguete para os Estados Unidos, incluindo o RD-180 e o RD-181 usados para alimentar os foguetes Atlas e Antares da América.

"Deixe-os voar para o espaço com suas vassouras", comentou.

A Roscosmos deixará de "participar de experimentos conjuntos na Estação Espacial Internacional (ISS)" com a Alemanha, de acordo com uma carta de Rogozin enviada ao Centro Aeroespacial Alemão e publicada no site da agência.

Entre esses experimentos científicos estão o "Matriochka-R", que analisa a radiação espacial e o "Vampiro", cujo objetivo é criar sensores infravermelhos usando cristais.

Rogozin também anunciou que todo o pessoal científico e técnico russo presente na base espacial Kuru na Guiana (departamento francês no exterior) já partiu.

Sua saída havia sido anunciada no sábado em resposta às sanções decididas pela União Europeia (UE) contra a Rússia após a invasão da Ucrânia, lançada em 24 de fevereiro.