Repórter da CNN é preso enquanto cobria protestos nos EUA

Manifestações ocorrem por causa do assassinato de um homem negro em abordagem policial

10:25 | Mai. 29, 2020

Jornalista foi preso enquanto trabalhava (foto: Reprodução/Twitter)

Omar Jimenez, repórter latino e negro da rede de televisão CNN, foi preso em Minneapolis, nos Estados Unidos, enquanto cobria os protestos pela morte de George Floyd. A prisão aconteceu nesta sexta-feira, 29, enquanto o repórter fazia uma passagem ao vivo, relatando os protestos. O produtor cinematográfico que estava com Omar também foi preso.

A cidade já teve diversas manifestações, que acabaram em ações mais agressivas, como o incêndio de uma delegacia. Floyd foi asfixiado até a morte enquanto estava em custódia da polícia de Minneapolis na última segunda-feira, 25.

Veja o momento da prisão do repórter, que foi transmitida pela rede de televisão:

Minnesota police arrest CNN reporter and camera crew as they report from protests in Minneapolis https://t.co/oZdqBti776 pic.twitter.com/3QbeTjD5ed

— CNN (@CNN) May 29, 2020

A polícia informou que a equipe estava sendo detida porque havia sido solicitada para sair do local e não o fez. O repórter se apresentou e mostrou sua identificação da CNN, mas ainda assim foi preso. Enquanto ele falava, um policial segurou o braço do repórter e começou a algemá-lo.

Segundo a CNN, mais de 100 policiais - com coletes à prova de balas e armados - estavam próximos ao local onde estava sendo realizada a reportagem. A equipe de jornalismo relatava que uma delegacia havia sido incendiada durante a madrugada e que os policiais não estavam naquele prédio. Um outro edifício também foi queimado pelos manifestantes.

Logo após a prisão do repórter, sua câmera foi colocada no chão e continuou a transmitir ao vivo os protestos no local. A equipe foi liberada uma hora depois. Jimenez, após sua libertação, relatou ao vivo fora do centro da cidade e disse que havia sido tratado cordialmente depois de ser levado embora. "Estamos indo bem agora. Houve alguns momentos desconfortáveis por lá", disse Jimenez.

Repórter branco que estava realizando a cobertura foi tratado de "maneira muito diferente"

Outro repórter da emissora, Josh Campbell, também foi abordado pela polícia. No entanto, foi autorizado a permanecer no protesto. "Eu me idenfitiquei e eles disseram: 'OK, você pode estar na área'", contou Campbell, que é branco. "Fui tratado de maneira muito diferente do que Jimenez."

A black reporter from CNN was arrested while legally covering the protests in Minneapolis. A white reporter also on the ground was not. https://t.co/GcfwEvyYQC pic.twitter.com/Mg4ZwKIuKt

— CNN (@CNN) May 29, 2020

"Um repórter da CNN e sua equipe de produção foram presos nesta manhã em Minneapolis por fazerem seu trabalho, apesar de se identificarem - uma clara violação dos direitos da Primeira Emenda. As autoridades de Minnesota, incluindo o governador, devem libertar os três funcionários da CNN imediatamente", disse a emissora em comunicado oficial no Twitter. 

A CNN reporter & his production team were arrested this morning in Minneapolis for doing their jobs, despite identifying themselves - a clear violation of their First Amendment rights. The authorities in Minnesota, incl. the Governor, must release the 3 CNN employees immediately.

— CNN Communications (@CNNPR) May 29, 2020

Caso George Floyd


Segundo informações da polícia, Floyd era suspeito de fazer compras com notas falsas. Durante a abordagem, um policial se ajoelhou no pescoço de Floyd por quase oito minutos, enquanto ele se queixava por não conseguia respirar. A imagem com a asfixia rodou o mundo. Logo após a situação, Floyd morreu.

Uma onda de protestos tomou conta dos Estados Unidos durante a semana, mas as manifestações mais intensas se concentram em Minneapolis. No Twitter, o prefeito de St. Paul, Melvin Carter, pediu que as pessoas não participem da nova manifestação. "Por favor, fique em casa. Por favor, não venha aqui para protestar. Por favor, mantenha o foco em George Floyd, em avançar nosso movimento e em impedir que isso aconteça novamente. Todos nós podemos estar juntos nessa luta", escreveu.

O Ministério Público dos EUA e o FBI informaram que iniciaram uma investigação criminal robusta sobre a morte de Floyd.

Via Rede Nordeste