Entenda a colisão de galáxias que ocorrerá com a Via Láctea em 4 bilhões de anos

Uma fotografia de duas galáxias colidindo, disponibilizada recentemente pela Nasa, é semelhante ao que poderá acontecer com a Via Láctea

10:06 | Out. 11, 2019

Os mistérios do espaço em foco (foto: Divulgação/NASA, ESA, Hubble Legacy Archive)

A Nasa divulgou na quarta-feira, 9, a imagem de duas galáxias (NGC 7714 e NGC 7715) que colidiram. A parte azul presente na fotografia são estrelas, provavelmente tão antigas quanto o Sol, de acordo com a agência americana responsável por pesquisar e desenvolver projetos de exploração espacial. No centro, a cor alaranjada mostra, em contraste, a formação de novas estrelas.

Esses grandes sistemas estão interagindo há aproximadamente 150 milhões de anos e continuarão por mais umas centenas de milhões de anos. Após isso, a Nasa afirma que surgirá uma única galáxia central.

A descrição do que ocorreu recentemente é semelhante ao que acontecerá nos próximos quatro bilhões de anos com a Via Láctea e Andrômeda, que estão distantes a 2,54 milhões de anos-luz entre si. Para compreensão, um ano-luz equivale a dez trilhões de quilômetros.

Ilustração do que a Terra verá após a colisão da Via Láctea com Andrômeda. (Foto: Divulgação/Nasa)

A galáxia Andrômeda é conhecida por ter engolido outras menores, como foi confirmado por um estudo publicado na revista Nature. Por isso, tem uma dimensão menor. Atualmente, ela é um pouco mais que o dobro do tamanho da Via Láctea.

“Saber que tipo de ‘monstro’ nossa galáxia enfrentará é útil para descobrir o destino final da Via Láctea. Andrômeda tem uma auréola de estrelas muito maior e mais complexa, o que indica que ela ‘engoliu’ mais galáxias”, afirma o doutor Dougal Mackey, da Escola de Pesquisa em Astronomia e Astrofísica da Universidade Nacional da Austrália, em entrevista para o portal Metro.

A ideia de que as duas galáxias irão colidir é amplamente aceita, principalmente, por causa da força gravitacional que age entre as duas. Essa situação acarreta em uma contínua aproximação até o momento de “fundir”.

Após o acontecimento, diversos astrônomos indicam que não haverá uma destruição dos planetas e estrelas presentes nas duas galáxias. A Agência Espacial Europeia (ESA) relatou para o Metro que a colisão entre esses dois sistemas não envolve estrelas individuais colidindo entre si porque elas estão separadas por distâncias enormes.

“O gás e poeira cósmica, porém, interagem com resultados espetaculares”, confirma. Essa ideia é ressaltada também pela astrofísica Amina Helmi, que participa do ESA, em entrevista ao El País. “Quando chocarmos, não notaremos nada. A única coisa que será notada é que muda no céu a distribuição das estrelas”, aponta.