Legenda populista entra com ação no Tribunal Constitucional por supostas irregularidades no pleito realizado em maio, que dividiu o país. Juízes podem convocar novas votações nos distritos afetados.
A legenda populista de direita Partido da Liberdade (FPÖ) da Áustria contestou na Justiça o resultado das eleições presidenciais realizadas em maio, informou o Tribunal Constitucional do país nesta quarta-feira (08/06), em Viena.
Na votação, o candidato do FPÖ, Norbert Höfer, foi derrotado pelo líder do Partido Verde, Alexander van der Bellen, por menos de 1% de diferença, ou seja, quase 31 mil votos.
A sigla direitista afirma ter encontrado diversas irregularidades nos procedimentos de votação. Apesar da presidência da Áustria ser um cargo de caráter amplamente cerimonial, Hofer seria o primeiro líder da extrema-direita a se eleger chefe de Estado na União Europeia (UE)
A legenda ameaça reascender a disputa que dividiu o país durante as eleições. Hofer possui o apoio dos trabalhadores e dos eleitores nas áreas rurais, enquanto Van der Bellen é mais popular nos centros urbanos e entre as pessoas com nível de educação mais alto.
O Ministério austríaco do Interior havia dito que a maioria dos votos considerados irregulares foram qualificados dessa forma por uma questão meramente técnica, enquanto cédulas ainda eram contabilizadas ou processadas antes nas 9hs00 do dia seguinte às eleições.
Segundo o órgão, até 23 mil votos teriam sido afetados, com outros 2 mil excluídos por irregularidades mais graves, como adolescentes que ainda não estavam em idade eleitoral mas que puderam participar da votação.
Um porta-voz do Tribunal Constitucional afirmou que os juízes deverão decidir sobre o caso até o dia 8 de julho, quando Van der Bellen deverá substituir o presidente Heinz Fischer na chefia de Estado.
Caso a Corte decida que irregularidades na votação podem ter influenciado o resultado geral do pleito, novas eleições poderão ser convocadas nos distritos eleitorais afetados.
RC/rtr/dpa