Polícia proíbe protesto contra reforma trabalhista em Paris

08:16 | Jun. 22, 2016

Recentes protestos terminaram em violênciaDepois de violência em protestos recentes, autoridades não autorizam marcha organizada por sindicatos pela capital francesa. Polícia alega não ter condições de garantir segurança. A polícia proibiu nesta quarta-feira (22/06) a realização do protesto de sindicatos contra a polêmica reforma trabalhista em Paris, planejado para acontecer na quinta-feira. Autoridades alegaram que não poderiam garantir a segurança, após marchas semelhantes terminarem em confrontos entre manifestantes e policiais. Em comunicado, a polícia informou ainda estar sobrecarregados com a demanda de reforços exigida pela Eurocopa e pela a ameaça de terrorismo. A decisão foi criticada por políticos da oposição e sindicatos que exigiram uma reunião de emergência com o ministro francês do Interior, Bernard Cazeneuve, para tratar do assunto. A líder do partido de extrema-direita Frente Nacional, Marine Le Pen, afirmou que a proibição é uma grave violação à democracia. A marcha da quinta-feira faria parte de uma série de protestos e greves que acontecem em toda a França desde março e seria décima realizada em Paris. Os manifestantes são contra a reforma trabalhista, promovida pelo presidente François Hollande e alegam que a mudança ameaça os direitos dos trabalhadores, beneficia apenas empresários e mantém a precariedade no mercado de trabalho. A revolta dos manifestantes se deve ao fato de que a mudança da legislação tornará as contratações e demissões mais simples. A proposta é uma das bandeiras de Hollande, assolado por índices de popularidade que ameaçam sua reeleição em maio de 2017. Alguns desses protestos terminaram em violência, como o da semana passada em Paris, no qual cerca de 40 pessoas ficaram feridas, após um confronto entre manifestantes e a polícia. Em comunicado, a polícia lembrou ainda que autoridades pediram que os sindicatos organizassem um comício fixo e não uma marcha pela cidade. Com a recusa, alegou que não teve alternativa a não ser proibir o protesto. Os protestos e greves acontecem em meio à Eurocopa e têm prejudicado a imagem do país entre os visitantes. O governo francês disse nesta semana que só permitiria um comício fixo em Paris, alegando, para a proposta, a tentativa de conter a violência. CN/afp/ap/rtr