Grécia se prepara para fechar símbolo da crise migratória

16:56 | Mai. 23, 2016

Acampamento improvisado em Idomeni virou símbolo da crise migratóriaGoverno grego irá remover os 8,4 mil migrantes acampados em Idomeni para abrigos. Cidade fronteiriça com a Macedônia virou símbolo de crise após fechamento da rota dos Bálcãs. O governo grego confirmou nesta segunda-feira (23/05) que começará a desmontar nos próximos dias o acampamento de migrantes na cidade de Idomeni, na fronteira com a Macedônia. Com o fechamento da rota dos Bálcãs, milhares de migrantes e refugiados estão retidos no local em condições insalubres há meses. O acampamento se tornou um símbolo da crise migratória e surgiu depois que diversos países fecharam suas fronteiras ao longo da rota dos Bálcãs, impossibilitando que migrantes seguissem viagem em direção ao norte europeu. Estima-se que cerca de 8,4 mil pessoas vivam no local. "A transferência de refugiados acampados em Idomeni para áreas de acolhimento começa amanhã [terça-feira]", disse o porta-voz do governo para a crise migratória, Giorgos Kyritsis. A maioria dos migrantes será levada para abrigos próximos à segunda maior cidade do país, Tessalônica. A remoção deve ser gradual e durar dez dias. "Temos atualmente 6,5 mil vagas em acampamentos já existentes e abriremos o resto nos próximos dias", disse Kyritsis. "Algo como o acampamento de Idomeni não pode ser mantido. Só serve aos interesses dos traficantes de pessoas", ressaltou. Há meses, a Grécia tenta convencer os migrantes a deixarem Idomeni e realocá-los em outras regiões. O anúncio da remoção não foi bem recebido na região. Desde domingo, apenas 400 pessoas concordaram em sair do acampamento sem resistência. Há muitas crianças e mulheres no local. Com esperança de algum dia continuar a viagem em direção ao norte europeu, a maioria dos migrantes, entre eles muitos sírios, afegãos e iraquianos, se recusa a deixar o local, apesar de terem de dormir a céu aberto ou dos constantes confrontos com a polícia da Macedônia. Cerca de 54 mil migrantes ficaram presos na Grécia com o fechamento da rota migratória, usada por milhares de pessoas no ano passado. CN/rtr/afp/ap