Oposição critica cobertura de estátuas nuas na Itália

18:57 | Jan. 26, 2016

Tapumes foram usados para esconder obras de arteObras de arte são tapadas durante visita de presidente iraniano, Hassan Rouhani, ao país. Governo italiano diz que medida visava evitar ofensas à comissão do Irã. Opositores pedem explicações a premiê. O primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi, foi criticado nesta terça-feira (26/01) após estátuas nuas expostas nos Museus Capitolinos, em Roma, terem sido cobertas para evitar ofensas ao presidente iraniano, Hassan Rouhani, durante sua visita à Itália. No museu ocorreu uma coletiva de imprensa, na qual os lideres dos dois países participaram nesta segunda-feira. Durante a visita de dois dias de Rouhani ao país, a Itália e o Irã assinaram acordos comerciais de mais de 17 bilhões de euros. Líderes da oposição acusaram Renzi de ter ido longe demais para agradar o visitante. Políticos de partidos da esquerda e da direita afirmaram que, além de não fazer nenhuma referência sobre os abusos contra direitos humanos cometidos no Irã, o primeiro-ministro sucumbiu a identidade cultural italiana ao ocultar estátuas de mulheres nuas. "Não se pode esconder a nossa cultura, nossa religião ou história. Foi uma decisão errada", afirmou o diretor do Conselho Superior para Patrimônio Cultural no Ministério italiano da Cultura, Giuliano Volpe, em entrevista a emissora pública RAI. "Respeitar outras culturas não pode e não deve significar a negação da nossa própria. Isso não é respeito, é anular as diferenças e um tipo de rendição", afirmou Luca Squeri, parlamentar do partido do ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi, Forza Italia. Gianluca Peciola, do partido Ecologia e Liberdade, pediu ao primeiro-ministro explicações sobre "a decisão vergonhosa que é uma mortificação da arte e da cultura como valores universais" e lançou uma petição on-line nesse sentido. O presidente do partido Liga Norte, Matteo Salvini, chamou a decisão de "loucura". Essa não é a primeira vez que Renzi manda cobrir obras de arte nuas. No ano passado, durante a visita de um príncipe herdeiro dos Emirados Árabes Unidos, pinturas renascentistas foram cobertas na prefeitura de Florença. CN/rtr/afp/dpa/kna