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Al Shabaab ameaça Quênia com novos ataques

15:07 | 03/04/2015
Grupo radical islâmico, responsável por atentado que matou 148 em universidade, exige retirada de tropas militares quenianas da Somália. Nairóbi promete manter combate ao terror. Um dia após o ataque terrorista contra um campus universitário na cidade de Garissa, que causou a morte de pelo menos 148 pessoas, em sua grande maioria estudantes, o grupo radical islâmico Al Shabaab ameaçou o Quênia com novo atentados. "Quênia, você vai sofrer mais ataques mortais", disse o porta-voz Ali Mohamud Rage, a uma estação de rádio ligada ao grupo extremista somali. O Al Shabaab exige a retirada das forças de segurança quenianas da Somália. "Não haverá nenhum lugar seguro para os quenianos, enquanto o país tiver tropas na Somália", advertiu Rage. O movimento atacou a universidade no nordeste do Quênia alegando que suas demandas foram ignoradas. "Muitos estudantes cristãos, policiais e guardas de segurança foram mortos e muitos feridos", afirmou o porta-voz. Segundo ele, diversos estudantes muçulmanos foram libertados. O governo do Quênia afirmou, nesta sexta-feira (03/04), que não vai ceder à pressão e prosseguirá com seus esforços contra o terrorismo na vizinha Somália. "Nairóbi não será intimidada por terroristas, que adotaram a tática de matar inocentes como forma de humilhar o governo", disse o ministro do Interior, Joseph Nkaissery, em visita à cidade de Garissa. O presidente da Somália, Hassan Sheik Mohamud, ofereceu suas condolências e classificou o ataque como bárbaro. Ele afirmou que o incidente reforça a necessidade de uma cooperação antiterror entre os dois países, com o objetivo e eliminar os extremistas na região. "Quenianos sacrificaram suas vidas para trazer a paz para o nosso país, e estou ciente de que os terroristas não estão satisfeitos com esse apoio. Seus atos [do terroristas] não vão dificultar a nossa luta para erradicar o terrorismo e trazer a paz e prosperidade para a região", acrescentou o presidente. Estados Unidos, Alemanha e o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, condenaram o ataque. Ban inclusive exigiu que os agressores sejam responsabilizados pelo ato. Também o papa Franciso criticou fortemente o atentado em Garissa. O pontífice está "profundamente entristecido dada a enorme e trágica perda de vidas e está rezando pelas vítimas e suas famílias", escreveu o secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, ao arcebispo queniano John Njue. Garissa fica a menos de 200 quilômetros da fronteira sudeste do Quênia com a Somália. Desde que militares quenianos cruzaram a fronteira para ajudar a acabar com o grupo rebelde, em 2011, o Al Shabaab tem aumentado seus ataques em território queniano. Em setembro de 2013, o mesmo grupo realizou um cerco de quatro dias num shopping na capital Nairóbi, matando 67 pessoas. PV/dpa/afp/rtr
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