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Tunísia confirma participação de terceira pessoa em ataque a museu

10:48 | 22/03/2015
Presidente tunisiano afirma que terceiro suspeito continua foragido e admite falhas de seguranças. Autoridades divulgam imagens do atentado e prendem mais de 20 suspeitos. O presidente da Tunísia, Beji Caid Essebsi, confirmou neste domingo (22/03) o envolvimento de uma terceira pessoa no atentado ao Museu Nacional do Bardo, na capital Túnis, que causou a morte de 23 pessoas, incluindo 20 turistas estrangeiros e deixou dezenas de feridos. Em entrevista realizada dentro do museu que foi palco do ataque terrorista que chocou o país, Essebsi disse que o terceiro suspeito continua foragido. Os outros dois atiradores foram mortos no confronto com policiais logo após o atentado. "Com certeza foram três, porque eles foram identificados e filmados pelas câmeras de segurança. Dois já foram mortos e um é fugitivo. Mas de qualquer maneira, ele não irá muito longe", afirmou o presidente à imprensa. O ministério do Interior da Tunísia divulgou no sábado as imagens do atentado. O vídeo de um minuto mostra dois homens caminhando pelo museu, carregando armas e bolsas. Em determinado momento, eles encontram outro homem que descia as escadas. Brevemente, eles se reconhecem, antes de seguirem em direções opostas. O governo disse que os dois atiradores foram treinados em campos jihadistas, na Líbia. O grupo extremista "Estado Islâmico" (EI) assumiu a responsabilidade pelo atentado, mas em redes sociais um braço da Al Qaeda também reivindica a autoria do ataque. Falhas na segurança Desde o ataque, autoridades tunisianas prenderam mais de 20 militantes suspeitos. De acordo com o porta-voz do Ministério do Interior Mohamed Ali Aroui, dez deles estão, provavelmente, envolvidos diretamente no atentado. "Há uma grande campanha contra os extremistas", disse. No sábado, Essebsi admitiu, em uma entrevista à revista francesa Paris Match, que houve falhas de segurança que facilitaram o ataque. O presidente disse que a polícia e as forças de segurança "não estavam organizadas o suficiente para garantir a segurança do museu". Essebsi, porém, ressaltou que as forças de segurança "responderam muito eficazmente para rapidamente por fim ao ataque no Bardo", evitando dessa maneira "dezenas de outras mortes, caso os terroristas tivessem sido capazes de detonar os cintos explosivos que carregavam". Segundo o presidente, mais de 10 mil jovens tunisianos se tornaram jihadistas. "Entre o desespero de jovens com desemprego, a chamada do jihadismo funcionou. Aproximadamente 4 mil tunisianos se uniram ao jihad na Síria, Líbia e outras regiões. Cerca de 500 retornaram ao país e representam uma ameaça", disse. Maior ataque no país O atentado terrorista ao museu na capital tunisiana levou as autoridades a determinar o envio de tropas do Exército às principais cidades do país, com receio de que novos ataques possam ser desencadeados. Entre os mortos havia estrangeiros, provenientes do Japão, Espanha, Colômbia, Austrália, Bélgica, França, Polônia, Itália e Reino Unido. O ataque é o maior no país desde 2002, quando um atentado perpetrado por um homem-bomba da Al Qaeda matou 21 turistas estrangeiros numa sinagoga na ilha turística de Djerba. É também o episódio de maior violência na Tunísia desde os levantes que derrubaram o ditador Zine el-Abidine Ben Ali, em 2011. CN/rtr/apf/ap/lusa
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