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ONU diz que Iêmen está à beira de uma guerra civil

08:33 | 23/03/2015
Conselho de Segurança declara apoio ao presidente iemenita e condena expansão militar da milícia xiita houthi, que controla a capital e parte do país. Diplomatas temem que conflitos se espalhem para países vizinhos. As Nações Unidas alertaram neste fim de semana que o Iêmen está à beira de uma guerra civil e ressaltaram que o atual conflito no país está ganhando contornos semelhantes a um cenário Iraque-Líbia-Síria. Durante reunião emergencial neste domingo (22/03), marcada após os atentados que mataram 142 pessoas na última sexta-feira, o Conselho de Segurança da ONU declarou apoio unânime ao presidente do Iêmen, Abd Rabbuh Mansur al-Hadi, e reafirmou o "forte compromisso" com a unidade, a soberania e a integridade territorial do Iêmen. O conselho ainda condenou a ocupação de grande parte do território iemenita e de várias instituições do país pelos rebeldes do grupo xiita houthi, que atualmente controlam a capital Sanaa e outras regiões. No domingo, os houthis ocuparam a cidade de Taiz, a terceira maior do país, ampliando a disputa por poder. O Iêmen vive uma onda de violência desde o início do ano, quando milícias houthis ocuparam a capital e expulsaram o presidente Hadi, que buscou refúgio em Aden, no sul. Diplomatas temem que os conflitos acabem se espalhando para a vizinha Arábia Saudita e para o Irã. O enviado especial da ONU ao Iêmen, Jamal Benomar, que vem tentando mediar o conflito há vários meses, alertou ser "uma ilusão acreditar que os houthis têm condições de montar uma ofensiva e tomar todo o país". Para o enviado, é "igualmente equivocado" achar que o presidente Hadi poderá reunir forças suficientes para libertar o Iêmen dos houthis. Benomar, que se encontra no Catar, apelou a todas as partes para que "analisem a gravidade da situação e parem com todas as hostilidades", defendendo que "o diálogo pacífico é a única solução". O Conselho de Segurança afirmou que adotará novas medidas caso as hostilidades continuem. Na sexta-feira passada, ataques a duas mesquitas xiitas reivindicados pelo "Estado Islâmico" mataram 142 pessoas e deixaram 351 feridos em Sanaa. No sábado, os Estados Unidos retiraram as suas forças militares da base aérea de Al-Anad, no sul do Iêmen, por razões de segurança. MSB/rtr/lusa
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