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Negociações com Irã esbarram em ponto-chave

04:58 | 30/03/2015
Potências ocidentais tentam, a menos de dois dias do fim do prazo, convencer Teerã a aceitar termo fundamental para um acordo nuclear: o envio para o exterior de suas reservas de urânio enriquecido. As negociações entre as seis potências mundiais e o Irã foram retomadas nesta segunda-feira (30/03), com o desafio de superar um obstáculo inesperado, capaz de comprometer um acordo a menos de 48 horas do fim do prazo: Teerã se recusa a aceitar enviar para o exterior suas reservas de urânio enriquecido, ponto-chave das conversas que se desenrolam na Suíça. O refugo da delegação iraniana, anunciado no domingo, surpreendeu porque Teerã há meses vinha concordando em enviar suas reservas à Rússia, onde não estariam acessíveis para uso em um eventual programa armamentista. "A exportação de nossos estoques de urânio enriquecido não está em nosso programa, e nós não planejamos enviá-los para o exterior", disse o vice-chanceler iraniano, Abbas Araqchi na noite de domingo. Estados Unidos, Reino Unido, França, Alemanha, Rússia e China querem a suspensão, por pelo menos dez anos, das atividades nucleares considerados mais sensíveis do Irã. Teerã, que nega estar desenvolvendo armas atômicas, exige o fim de sanções internacionais, que há anos vem minando sua economia, e o direito de enriquecer urânio para fins médicos e para a geração de energia. As potências ocidentais consideram a possibilidade de permitir ao Irã que conduza um trabalho limitado e monitorado de enriquecimento, voltado para fins médicos, em uma instalação subterrânea. Originalmente, o Irã insistiu em manter em funcionamento as cerca de dez mil centrífugas que utiliza atualmente, mas, em novembro, acenou que poderia aceitar em torno de seis mil como defende Washington. Israel, que se sente especialmente ameaçado pela possibilidade de um Irã com armas nucleares, é opositor ferrenho das negociações. E disse, no fim de semana, que os detalhes de um possível acordo vindo de Lausanne eram ainda piores do que temia. Todas as partes de um acordo nuclear são interligadas, ou seja: se não houver consenso sobre um ponto, as negociações como um todo podem fracassar. RPR/dpa/afp
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