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Luto e consternação no aeroporto de Düsseldorf

18:16 | 24/03/2015
Em meio à tristeza, funcionários da Germanwings tentavam prestar ajudar a parentes de vítimas no aeroporto alemão, destino do voo que caiu na França. Nos saguões, comissárias não escondiam receio de embarcar novamente. Uma jovem mãe carregando seu bebê no colo traduz, em palavras, o sentimento no aeroporto de Düsseldorf: "Todos choram, todos estão tristes." Duas amigas suas estavam no avião da Germanwings, que caiu nesta terça-feira (24/03) quando ia de Barcelona, na Espanha, para a cidade do oeste alemão. Após a catástrofe, o silêncio imperava no aeroporto. Atrás dos balcões da empresa aérea subsidiária da Lufthansa, atendentes cabisbaixos; nos saguões do terminal, comissários de bordo e pilotos com olhos carregados de lágrimas. Uma barreira policial foi posicionada diante do balcão de atendimento da Germanwings no saguão de embarque, não apenas para reduzir a presença de repórteres, mas para evitar que fosse filmado. Membros da equipe de apoio do aeroporto, com seus coletes azuis, também se posicionaram em frente aos guichês, com a função de dar atenção a familiares das vítimas. "Esperamos pelos parentes e os conduzimos para a equipe responsável por cuidar deles", explica o funcionário da Lufthansa Dag Dernbach, enquanto tenta manter uma atmosfera de normalidade no local. Familiares desolados De fato, a impressão era de que funcionários e passageiros tentavam manter a rotina. Mas as cenas que se desenrolavam diante dos balcões da Germanwings e da Lufthansa de rotineiras tinham pouco. Familiares e amigos de passageiros chegavam a todo momento ao local, enquanto voos eram cancelados ou partiam e chegavam com atraso. Longas filas se formavam em frente aos guichês. Mesmo assim, os passageiros aguardavam pacientemente a remarcação de seus voos, num silêncio disciplinado. Uma jovem profissional de informática buscava consolo no pragmatismo. "Acredito nas estatísticas, nada deverá acontecer agora", afirmou, ao receber seu cartão de embarque. Mas, para dois espanhóis que ali estavam, era como se o mundo tivesse desabado. Eles foram levados a uma sala vip, onde aguardariam por maiores informações, sabendo que haviam perdido seus entes queridos, ainda que, no fundo, esperassem por um milagre. Diante da saída da sala vip, uma equipe de bombeiros e médicos estava de prontidão para receber parentes de vítimas, enquanto um grande contingente de policiais bloqueava a multidão de repórteres que se aglomeravam em frente ao local. Medo e subterfúgios A sala se enche vagarosamente. Uma comissária de bordo da Germanwings passa pelo local andando rapidamente, com o olhar cabisbaixo. "Quero muito saber por que o avião caiu", diz ela. "Dois amigos meus estavam a bordo. Gostaria de não ter que voar agora. Graças a Deus que hoje trabalho apenas em voos domésticos", afirmava. O medo é grande entre os funcionários da Lufthansa. "Não me sinto mais segura em meu trabalho", reclama uma comissária de bordo de 20 anos, acostumada a voar longas distâncias. Em seu trabalho ela com frequência transmite segurança aos passageiros com medo de voar, mas, agora, sua própria confiança está abalada. "Como passageiro, essa é a pior notícia que se pode ter", afirma um holandês que chegou em segurança ao aeroporto, enquanto aguardava a conexão para seu destino final. Mesmo com medo, ele diz que vai embarcar, minimizando a catástrofe ao creditá-la às improbabilidades estatísticas. Entretanto, em Düsseldorf, a tristeza infelizmente venceu os números nesta terça-feira. Autor: Astrid Prange (rc)Edição: Rafael Plaisant
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