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"É normal um avião de 24 anos ainda estar em uso", diz especialista

13:37 | 24/03/2015
Heinrich Grossbongardt afirma que uma empresa aérea ser de baixo custo não significa que ela poupe em manutenção. Segundo ele, 80% das quedas de avião acontecem na decolagem ou na aterrissagem. O voo 4U2595, da empresa aérea alemã Germanwings, começou a cair um minuto depois de alcançar a velocidade de cruzeiro, quando sobrevoava os Alpes franceses. O avião perdeu altitude continuamente durante oito minutos, até, por volta das 10h50 desta terça-feira (24/03), chocar-se contra as montanhas, com 150 pessoas a bordo. Segundo o especialista em aviação Heinrich Grossbongardt, acidentes durante o voo de cruzeiro são extremamente raros. A maioria dos casos, explica, acontece na aterrissagem ou na decolagem. DW: O diretor executivo da Lufthansa, Carsten Spohr, falou em um "dia negro" para a companhia aérea, que é considerada segura. Qual é a sua impressão da situação? Heinrich Grossbongardt: A Lufthansa é, de fato, uma companhia aérea segura numa comparação internacional, e o mesmo vale para suas subsidiárias, como a Germanwings. O acidente é incomum por ter acontecido em meio a excelentes condições de tempo e durante a fase de cruzeiro, que é, de longe, a mais segura do voo. É muito, muito raro que um acidente aconteça durante essa fase. Acidentes geralmente acontecem durante a aterrissagem e os momentos que a antecedem, ou durante a decolagem e o período em seguida. Cerca de 80% dos acidentes acontecem durante essas duas fases. É possível especular sobre a causa do acidente? Não sabemos nada sobre a causa do acidente. Não há sequer um ponto de partida para especular. É preciso encontrar a caixa-preta. O avião era um Airbus A320 de 24 anos. É uma idade normal para um avião de passageiros? É totalmente normal. Aviões bem cuidados podem voar bem mais tempo. No fim, é sempre uma decisão econômica tirar um avião de serviço, mas grandes companhias aéreas, como a Lufthansa, têm um bom padrão de manutenção. Tem alguma importância o fato de a Germanwings ser a subsidiária de baixo custo da Lufthansa? Não, porque low-cost não significa falta de segurança e, sobretudo, não significa tentar poupar dinheiro com manutenção pelo contrário. Empresas como a Germanwings dependem de seus aviões estarem sempre prontos para entrar em serviço. Cancelamentos e atrasos custam dinheiro, então é mais vantajoso investir em manutenção. Qual é o próximo passo da Lufthansa? Naturalmente, encontrar as vítimas, as gravações de voo, ocupar-se das famílias as empresas e os aeroportos têm mecanismos para lidar com essa complicada parte dos negócios. As próximas semanas serão complicadas. Mas, como todas as outras grandes companhias aéreas internacionais, a Lufthansa está bem preparada para casos raros como esses. Autor: Dagmar Breitenbach (rpr)Edição: Alexandre Schossler
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