Governo em Atenas finaliza, antes do prazo estabelecido, lista de reformas exigida pelos credores. A lista pedida pelos ministros de Finanças da zona do euro é condição para prorrogação do programa de ajuda financeira. Apenas na última sexta-feira, a Grécia havia entrado em consenso com os credores europeus para uma prorrogação do atual programa de resgate financeiro em quatro meses. De fato, Atenas tinha tempo até esta segunda-feira para explicar que reformas devem ser realizadas em troca do pagamento de novos bilhões. Agora, o anúncio surpreendente de Atenas: o documento vai ser finalizado neste domingo (22/02), afirmou o ministro grego das Finanças, Yanis Varoufakis, após uma reunião de gabinete neste sábado. Mas o seu envio só deverá ocorrer na segunda-feira, acrescentou. De acordo com fontes do governo em Atenas, trata-se possivelmente de uma lista pequena, que deve abordar a evasão fiscal, corrupção e a administração pública. Números ou metas reais, no entanto, não deverão ser especificados. Sobre a lista, Varoufakis afirmou estar "absolutamente certo" de que ela será aprovada pelos credores e parceiros da zona do euro. Anuência da troica e países da zona do euro A troica formada pela Comissão Europeia, Banco Central Europeu (BCE) e o Fundo Monetário Internacional (FMI) deverá avaliar agora se a lista corresponde às medidas de reforma. Então será a vez dos ministros das Finanças da zona do euro. Se eles derem luz verde, os Parlamentos de alguns países do Eurogrupo ainda deverão votar se concordam ou não, como é o caso, por exemplo, da Alemanha e Finlândia. Isso tudo deve acontecer antes do fim de fevereiro, data em que o programa de resgate financeiro à Grécia chega ao fim, devendo ser prorrogado agora em quatro meses. Hans Michelbach, presidente da bancada dos partidos conservadores na Comissão de Finanças do Bundestag, câmara baixa do Parlamento alemão, abrandou a esperança de uma decisão rápida. Uma vez que a prorrogação do pacote de ajuda deva ser "avaliada profundamente" pelo Bundestag, a votação só deverá acontecer em março, explicou Michelbach. No caso de uma aprovação, a quantia a ser recebida pelos gregos perfaz 1,8 bilhão de euros. Além disso, Atenas receberia ainda dividendos relativos a títulos públicos gregos na ordem 1,9 bilhão de euro do BCE. Durante os quatro meses de prorrogação, um novo acordo de resgate financeiro deverá ser negociado entre Atenas, o Eurogrupo e as instituições envolvidas. CA/afp/rtr