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Autoridades acham 61 corpos em crematório abandonado no México

14:06 | 06/02/2015
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Autoridades mexicanas encontraram um total de 61 cadáveres, incluindo mulheres e crianças, em um crematório particular, ao que parece abandonado há um ano, no turístico e violento porto de Acapulco (sul), informaram nesta sexta-feira autoridades locais. "Até o momento contabilizamos 61 corpos", declarou o promotor do estado de Guerrero, Miguel Ángel Godínez, à rede de televisão Milenio em referência à descoberta feita na noite de quinta-feira.

"Estamos trabalhando na identificação de quantas crianças, mulheres e homens" estão entre os cadáveres encontrados, disse. O promotor não informou as causas da morte destas pessoas nem se os corpos ficaram no crematório quando ele foi abandonado ou se foram levados depois, mas detalhou que aparentemente eles eram conservados com cal.

A descoberta despertou temores de que poderia se tratar de um novo caso de surgimento de cadáveres de vítimas dos cartéis narcotraficantes mexicanos, mas as autoridades ainda não levantaram nenhuma hipótese. O promotor limitou-se a indicar que há "indícios e linhas de investigação a respeito do ocorrido" e que em breve podem ser registradas detenções.

No negócio chamado Cremações do Pacífico, abandonado há um ano, restou um forno oxidado para incinerar os falecidos. Os peritos forenses, que na madrugada desta sexta-feira, faziam o levantamento dos cadáveres, encontraram macas no chão, algumas colocadas sobre barris de plástico, nos quais estavam vários dos corpos cobertos com lençóis brancos manchados de sangue.

As macas com cadáveres também estavam cobertas com cal, que também estava espalhado no chão em meio a recipientes, aparentemente com produtos químicos, e outros utensílios. Outros corpos foram encontrados envolvidos em lençóis, declarou à AFP um comando da polícia estatal que pediu o anonimato.

Uma imponente operação de segurança chegou na noite de quinta-feira a esta zona, localizada perto da região turística do porto, depois que vizinhos do lugar deram o aviso por um forte cheiro que saía do crematório. Inicialmente, as autoridades haviam informado sobre a localização de dez cadáveres em avançado estado de decomposição, mas no decorrer da noite os outros corpos foram encontrados.

Habitantes da zona declararam à AFP que já havia sido denunciado dois dias antes um forte cheiro de putrefação no crematório, mas que as autoridades não se dirigiram ao local até quinta-feira. "Telefonamos ao 066 (número de emergência) porque o cheiro já era insuportável. Comentamos isso com outros vizinhos e informamos", disse um morador que pediu o anonimato.

Vários vizinhos negaram ter visto alguma atividade irregular ou pessoas desconhecidas nos últimos dias. "Aqui tudo está tranquilo, eu não sabia que não funcionava mais (o crematório), mas já não víamos pessoas entrando ou saindo dali", comentou o homem. O imóvel permanece fechado e protegido por vinte agentes das polícias federal e estatal.

Em Acapulco, uma das cidades mais perigosas do país e um importante centro de consumo de droga, o crime organizado exerce uma forte violência contra a população local que vive nos bairros próximos à zona turística à base de sequestros, extorsões e assassinatos. Este centro turístico está localizado no estado de Guerrero (Sul), onde em setembro ocorreu o desaparecimento e o suposto massacre de 43 estudantes pelas mãos de policiais da cidade de Iguala em conluio com narcotraficantes, um crime que chocou a comunidade nacional e internacional. Mais de 20.000 pessoas desapareceram no México desde o início da ofensiva militar contra os cartéis da droga, em 2006.

AFP
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